Tóquio 2020
Medalha na vela
já é tradição
Por Regina Hatakeyama
Velejadores do Brasil terminam os Jogos Olímpicos de Tóquio com um ouro e mais quatro participações nas finais
Uma vez mais, a vela trouxe uma medalha olímpica ao Brasil. De ouro! Conquistada por Kahena Kunze (proeira) e Martine Grael (timoneira) — esta, filha do supercampeão Torben Grael, chefe da equipe de vela. Com isto, a dupla tornou-se bicampeã olímpica na classe 49er e Martine igualou-se ao pai nesse quesito. Lembrando: das seis Olimpíadas das quais participou, Torben trouxe cinco medalhas, sendo duas de ouro (veja quadro abaixo).
Nas outras sete classes em que disputou, a vela brasileira não conseguiu medalhas, mas terminou entre os 10 melhores em quatro delas (veja quadro abaixo). Na Regata da Medalha (final), participam apenas os dez primeiros colocados da fase seletiva. A melhor classificação foi obtida por Robert Scheidt, outro esportista gigante, que, aos 48 anos, participou de sua sétima Olimpíada (com cinco medalhas, duas delas de ouro), classificando-se em 8º lugar. Tóquio marca a despedida de Scheidt dos Jogos na Laser, classe que exige fisicamente muito do competidor.
Fernanda Oliveira (40 anos, bronze em Pequim 2008), terminou, com sua proeira Ana Barbachan, no 9º lugar da classe 470 Feminino.
Agora, a vela brasileira passa a preparar-se para os Jogos Olímpicos de Paris em 2024. As regatas, sediadas pela cidade de Marselha, virão com muitas novidades. Uma delas é que a classe Finn, que teve Jorge Zarif representando o Brasil em Tóquio, deixará de fazer parte dos Jogos, depois de ter figurado em 18 edições. Na classe 470, as categorias Feminino e Masculino serão substituídas por tripulações mistas. Na prancha a vela (windsurfe), sai a classe RS:X e entra a IQ Foil 95, que usa hidrofólio, o que faz as pranchas voarem (veja aqui), assim como o kitesurfe (Formula Kite), que estreará como modalidade olímpica.
O que todas essas mudanças visam? Uma maior participação feminina, bem como um rejuvenescimento e competições mais midiáticas, com “barcos” capazes de velejar com ventos fracos, como é o caso do colorido e acrobático kitesurfe.
Olimpíada de Tóquio 2020
Velejador (a) - Classe - Lugar
Martine Grael e Kahena Kunze - 49er FX - 1º
Robert Scheidt - Laser - 8º
Fernanda Oliveira e Ana Barbachan - 470 Feminino - 9º
Patrícia Freitas - RS:X - 10º
Samuel Albrecht e Gabriela Nicolino - Nacra 17 - 10º
Jorge Zarif - Finn - 14º
Henrique Haddad e Bruno Bethlem - 470 Masculino - 16º
Marco Grael e Gabriel Borges - 49er - 16º
Medalhas da vela do Brasil nos Jogos Olímpicos
Local - Velejador (a) - Classe - Medalha
Cidade do México 1968 - Reinaldo Conrad e Burkhard Cordes - Flying Dutchman - Bronze
Montreal 1976 - Peter Ficker e Reinaldo Conrad - Flying Dutchman – Bronze
Moscou 1980 - Marcos Soares e Eduardo Penido - 420 - Ouro
Moscou 1980 - Alex Welter e Lars Björkström - Tornado - Ouro
Los Angeles 1984 - Daniel Adler, Ronald Senftt e Torben Grael - Soling - Prata
Seul 1988 - Lars Grael e Clínio de Freitas - Tornado - Bronze
Seul 1988 - Torben Grael e Nelson Falcão - Star - Bronze
Atlanta 1996 - Robert Scheidt - Laser - Ouro
Atlanta 1996 - Torben Grael e Marcelo Ferreira - Star - Ouro
Atlanta 1996 - Lars Grael e Kiko Pelicano - Tornado - Bronze
Sydney 2000 - Robert Scheidt - Laser - Prata
Sydney 2000 - Torben Grael e Marcelo Ferreira - Star - Bronze
Atenas 2004 - Robert Scheidt - Laser - Ouro
Atenas 2004 - Torben Grael e Marcelo Ferreira - Star - Ouro
Pequim 2008 - Robert Scheidt e Bruno Prada - Star - Prata
Pequim 2008 - Fernanda Oliveira e Isabel Swan - 470 Fem. - Bronze
Londres 2012 - Robert Scheidt e Bruno Prada - Star - Bronze
Rio 2016 - Martine Grael e Kahena Kunze - 49er FX - Ouro
Tóquio 2020 - Martine Grael e Kahena Kunze - 49er FX - Ouro