Copa Prada - Vitória Italiana
italianos Rumo à
Copa América
Luna Rossa Prada Pirelli vence a Copa Prada e ganha o direito de disputar a Copa América como desafiante do Emirates Team New Zeland
Quando o Luna Rossa cruzou a linha de chegada da oitava regata da série final, na tarde ensolarada de Auckland (Nova Zelândia), consagrou o esforço dos italianos em busca do título da Copa Prada. Foi uma vitória irretocável, sem contestação, da equipe comandada por Max Sirena, que ao ganhar a Copa Prada, ganhou também o direito de ser a desafiante da Copa América. Assim, o próximo passo e mais ambicioso para o veleiro patrocinado pelas marcas Prada e Pirelli, e representante do Circolo della Vela Sicilia, será a difícil tarefa de tomar a America’s Cup das mãos dos neozelandeses. O que ocorrerá a partir de 6 de março próximo.
Ao largarem para as duas regatas que poderiam ser definitivas — afinal, estava 5 a 1 para os italianos, bastando duas vitórias para finalizarem a disputa — havia uma pergunta discreta como a brisa suave de 10 nós que soprava na baía de Auckland: conseguiriam os ingleses, capitaneados por sir Ben Ainslie (antigo arquirrival de Robert Scheidt na classe Laser) repetir o bom desempenho da regata anterior, quando venceram depois de cinco derrotas consecutivas?
Os tripulantes do Britannia, do Ineos Team UK, até se esforçaram, mas não foi possível. Contudo, deram brilho à disputa, mantendo-se sempre vivos na disputa, mesmo quando esta já estava definida com a vantagem insuperável obtida pelos italianos nas duas provas de hoje. E assim valorizaram a brilhante vitória do barco italiano.
A ansiedade da tripulação do Luna Rossa estava visível desde a primeira largada quando, pressionando e sendo pressionada pela rival a bordo do Britannia, queimou a largada em mais de dois segundos (no que foi acompanhada pelos também nervosos ingleses). Penalidades para os dois barcos! Enquanto isso, durante a transmissão, o batimento cardíaco dos timoneiros era apresentado: enquanto o inglês estava com pulsação normal, de 80 batimentos por minuto, Francesco Bruni, conduzindo o Luna Rossa, apresentada um coração ansioso, com 120 bpm!
Sem dúvida, uma vitória na Copa Prada significava muito para a equipe Luna Rossa Prada Pirelli, depois de alguns anos lutando por esse objetivo, inclusive participando, desde 1983, de várias seletivas anteriores da Copa América — venceu em 1992 com Il Moro di Venezia, comandado por Paul Cayard, e em 2000, com Luna Rossa, comandado por Francesco de Angelis e tendo o brasileiro Torben Grael no importante posto de tático; Grael ainda participou das campanhas italianas nas edições seguintes, em 2003 e 2007.
Por outro lado, a decepção dos ingleses é de comover. Afinal, foram eles que instituíram este cobiçado troféu, em 1851, com o nome de Copa Royal Yacht Squadron. E o perderam na primeira disputa, na ilha de Cowes (Inglaterra) para um veleiro americano de nome America. Esportivamente, lutam por reavê-lo há mais de 150 anos, mas nunca conseguiram (isso em razão, principalmente, de regulamentos patrióticos dos americanos, sempre injustos durante pelo menos cem anos). Assim, mais uma vez derrotados, resta aos ingleses planejar mais uma participação futura.
Em contraponto, para um eufórico skipper e capitão da equipe Luna Rossa Prada Pirelli, o entusiasmo com a vitória na Copa Prada era evidente: “Estou muito feliz por todos em nossa equipe, pelos nossos patrocinadores, por todos que se juntaram a nós neste projeto! Não foi óbvio nem fácil vencer, porque mesmo sendo poucas as equipes competindo pela Copa Prada, foram todos supercompetitivos. Estou principalmente feliz pela nossa equipe, é justo que todos possam festejar muito neste dia. Porque a partir de amanhã vamos pensar no desafio que temos pela frente, com o Emirates Team New Zeland (atuais detentores da Copa America)”, declarou Max Sirena.
Resta agora aguardarmos o desfecho desta tão cobiçada Copa América. Os prognósticos não são fáceis numa competição tão acirrada como esta. Começaram a disputa da Copa Prada e pelo direito de ganhar o título de Desafiante três barcos: O Patriot (do New York Yacht Club), o Britannia (do Ineos Team UK) e o Luna Rossa (Luna Rossa Prada Pirelli). Nas primeiras disputas, o Patriot parecia imbatível. Mas acabou capotando, e depois disso, não conseguiu repetir os desempenhos anteriores e foi eliminado. O Britannia então assumiu a condição de favorito, vencendo regata após regata e classificando-se antecipadamente para a série final. Mas eis que, num trabalho de formiguinha teimosa e decidida, quem acabou levando a melhor foi mesmo o Luna Rossa. Com uma equipe aguerrida, agora prepara-se para o grande e final desafio: ganhar dos neozelandeses, anfitriões da disputa, o tão desejado troféu.