Começa a Vendée Globe!
Foi dada a largada da nona
Vendée Globe
Por Roberto Negraes
33 veleiros da classe IMOCA, comandados por 27 homens e seis mulheres, partiram para a circum-navegação do globo, numa viagem de 24.296 milhas marítimas (distância teórica, na realidade estarão percorrendo bem mais). O líder, nestas primeiras horas da competição, é o veleiro Charal, do francês Jérémie Beyou
Na manhã de domingo 8, em Les Sables d’Olonne (França), um teimoso nevoeiro cobria a área marítima, embora a cidade estivesse banhada por um agradável sol de outono. Com isso, previsto para as 13h02 (hora local), o início de um dos maiores desafios e aventuras dos tempos modernos, a nona edição da Vendée Globe, regata de volta ao mundo em solitário, teve de sofrer seguidos adiamentos. Finalmente, às 14h20, o troar do canhão de largada, rivalizando com o rugido de uma esquadrilha de jatos em apresentação, deu início à regata.
Sem dúvida, até por conta também do atraso, os primeiros momentos foram nervosos para os navegadores, depois de uma noite insone, como relataram, em sua maioria. Nem o zen Armel Tripon conseguiu fazer sua tradicional meditação matinal, seguindo diretamente para seu barco, logo cedo. A névoa compacta aos poucos foi se dissolvendo na brisa leve, e finalmente, como cavalos de corrida duramente contidos, os veleiros libertaram suas velas e seguiram para a longa jornada.
Quem assistiu à transmissão da largada percebeu um barco avançando cedo demais sobre a linha de partida — era o Bureau Vallée 2, de Louis Burton, aliás, o mesmo veleiro que venceu em 2016-17 e detém o atual recorde da Vendée Globe. Com isso, terá de “parar” seu barco por cinco horas num determinado ponto (antes da latitude de Lisboa, Portugal), e só então prosseguir na disputa.
O competidor que tomou inicialmente a dianteira foi o veleiro IMOCA de construção mais recente, o Corum L’Épargne, comandado pelo estreante Nico Troussel. Jérémie Beyou, um dos mais cotados favoritos, vinha em segundo. Mas a brisa foi aumentando, e logo os favoritos assumiam a frente da flotilha, com o Charal, de Beyou, em primeiro, o Apivia, de Charlie Dalin em segundo, e o Hugo Boss, de Alex Thomson em terceiro.
No momento em que escrevo, cinco horas e meia depois da largada, assim está a primeira noite da Vendée Globe: