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sao paulo boat show

O que eu

vi na feira

Por Marcio Dottori

Produtos expostos no salão náutico de São Paulo revelam o que deve virar padrão na indústria de barcos e afins nos próximos anos

  Lançamento mais expressivo no evento, a Schaefer V33 veio com motorização de popa, que, nos Estados Unidos, é a preferida do mercado há tempos. Esta escolha faz muito sentido, já que é neste segmento que está ocorrendo um grande avanço tecnológico e, em consequência disto, o lançamento de novos propulsores a gasolina. Prova disto é a fabricante Mercury não ter lançado, já há cinco anos, mais nenhum motor de centro-rabeta a gasolina depois do V6 de 4,5 litros e do V8 de 6,2 litros.

  Em termos de barcos propriamente, o salão paulista mostrou uma tendência crescente de aproveitar melhor o espaço na proa, vista nos modelos de 34 pés dos estaleiros NX e NHD. Ambos adotaram um convés lateral em vez da antiga e invariavelmente desajeitada passagem com degraus pelo meio do para-brisa para chegar à proa, onde agora há um cockpit e não apenas um solário. E esta nova configuração não elimina a cabine sob a proa, apenas diminui o pé-direito na parte dianteira.

  Entre as lanchas acima de 50 pés (15 m), está se tornando comum encontrar modelos que têm costado rebatível na popa, para aumentar a área da plataforma. Porém, o estaleiro NHD faz isso nas duas lanchas da linha, de 27 e 28 pés, e em sua nova 34 pés.

  Outra configuração que pode virar moda é o console de pilotagem central, antes utilizado quase exclusivamente em lanchas de pesca. A Schaefer V33 lançada nesta feira mostrou que é perfeitamente possível colocar o comando no centro do barco sem sacrificar a elegância nem a funcionalidade, ganhando ainda um grande cockpit na popa, sem perder a cabine.

  Estes são sinais de que há mudanças de estilo no horizonte dos barcos a motor, que ficou sem grandes novidades por vários anos.

  Outra tendência mostrada na feira são as lanchas apenas com telas digitais, sem nenhum instrumento analógico, como nos modernos aviões. Os três estaleiros que trouxeram lançamentos entre 33 e 34 pés mostraram isto.

  Surfando nesta onda, a paulista Arieltek lançou um painel de controle de equipamentos elétricos de bordo totalmente sensível ao toque, formando um conjunto com os monitores digitais. As touch screens devem substituir os painéis de controle com chaves de acionamento mecânico.

  A Raymarine, representada pela Marine Express, trouxe o sistema Docksense Alert, composto por câmeras auxiliares para atracação, que, ligadas ao monitores da marca equipados com o software Lighthouse 3, mostram o que está na popa e nas alhetas do barco. O equipamento ainda soa alarmes sonoros de alerta de aproximação, semelhantes ao sistema utilizado nos automóveis.

  Cartografia eletrônica mais recheada de informações para o navegante foi a novidade da Garmin, que reuniu as cartas Blue Chart e Navionics num produto único, mostrando a tendência de colocar mais informações nas cartas mais informativas, de maneira que a rota automática possa ser feita com mais segurança.