Âncoras
Partes e tipos de
âncoras
Veja, aqui, o básico sobre um dos equipamentos mais importantes a bordo
Por definição, âncora é qualquer peça que, presa a uma amarra (cabo da âncora) se presta a segurar uma embarcação ao fundeadouro. Numa referência ao material das antigas âncoras, também é chamada de ferro, mas pode ser de rudimentares madeira e pedra, como nas singelas jangadas do Nordeste.
No que diz respeito aos barcos de lazer, o material mais utilizado hoje em dia é o aço (inox ou galvanizado a fogo) e o tipo preferido no Brasil tem sido o bruce, mais simples que o tradicional almirantado ou mesmo o danforth, que era o mais popular até pouco tempo atrás. A amarra pode ser de cabo de fibra sintética, corrente de metal ou uma combinação desses dois materiais.
A razão da preferência das âncoras bruce sobre as danforth? Além de haver no país mais bons fabricantes de âncoras bruce do que de danforth, as bruce oferecem a vantagem de serem mais compactas e mais fáceis de levar na proa ou no paiol do barco. Já as âncoras almirantado continuam sendo usadas por barcos de pesca e escunas, mas, geralmente, com o cepo preso na cruz e não próximo ao anete (confira as partes da âncora nas ilustrações).
Uma âncora deve ser eficiente, leve e fácil de guardar a bordo. A âncora danforth, mais eficiente, foi desenvolvida para hidroaviões e a bruce, para ancorar plataformas petrolíferas do Mar do Norte. Se escolher uma danforth, dê preferência a alguma que tenha sido construída com chapas, porque as fundidas têm patas muito grossas, difíceis de unhar (penetrar) em solo de areia. Também deve-se examinar a qualidade das soldas e se as patas são afiadas junto à borda de ataque, de forma a “unhar” em fundo de areia dura. Pode-se usar danforth de alumínio ou de aço, desde que se tenha certeza de que o material empregado é resistente para esse fim.
Já as melhores âncoras bruce são fundidas em uma só peça, como as Bruce originais, que eram fabricadas na Bélgica. Similares que não seguem fielmente o desenho de uma Bruce legítima perdem eficiência e às vezes servem somente para fundo de pedras.
Compare, abaixo, as características dos vários tipos de âncoras encontrados no mercado e, ao escolher uma para o seu barco, siga as orientações do fabricante quanto às dimensões indicadas conforme o porte do barco e o solo do fundeadouro.
Tipos de âncoras
Danforth
É mais eficiente (maior capacidade de fixação em relação ao peso). Também é fabricada em liga de alumínio e magnésio, que é mais leve, o que facilita o manuseio.
Bruce
Devido às dimensões reduzidas e à ausência de partes móveis, é a mais fácil de guardar a bordo. Unha rapidamente ao tocar o solo e é a mais resistente em fundos de pedras.
Arado
Conhecida também por CQR, tem capacidade de fixação maior que a bruce, porém é mais difícil de guardar a bordo.
Delta
Lançada em 1993 pela inglesa Simpson Lawrence (hoje Lewmar, fabricante também da CQR), é um misto entre a bruce e a arado. Segundo o fabricante, tem poder de fixação superior a ambas.
Rocna
No Brasil, é chamada de roca ou roka e, copiada da original canadense, é fabricada em Curitiba (www.rocaankora.com.br)
Almirantado
A mais tradicional de todas, ainda é uma âncora eficiente, porém, muito difícil de guardar a bordo. Para facilitar, alguns fabricantes oferecem modelos com cepo (cuja função é posicionar a âncora de maneira que as patas penetrem no solo) desmontável. Em fundos de algas, é a melhor.
Patente
Utilizada em navios, por conta da facilidade de manuseio, mas sua eficiência é péssima (cerca de um décimo de uma boa danforth) e, portanto, não deve ser utilizada num barco de lazer.
Garateia
Utilizada para ancoragem temporária em fundos de pedras, é muito popular entre os pescadores.
Saiba mais aqui e nestas videodicas do Minuto Náutico