Vendée Globe Real e Virtual - 9-12-2020

O Apivia, de Charlie Dalin, navegou a noite passada e madrugada sob rajadas de 55 nós

O Apivia, de Charlie Dalin, navegou a noite passada e madrugada sob rajadas de 55 nós

velozes e furiosos

Ventos E tempestade atingem grupo líder

Ventos de 45 a 55 nós chegaram na madrugada passada, e os primeiros a enfrentá-las foram Thomas Ruyant (Linked Out) e Charlie Dalin (Apivia). Agora é a vez do grupo de oito veleiros que os perseguem

Durante a noite de ontem, Charlie Dalin, cerca de 250 milhas à frente e 120 milhas mais ao sul de seu rival mais próximo, Thomas Ruyant, foi quem enfrentou o pior da mais forte depressão surgida até agora nesta regata de volta ao mundo. Navegando com três rizes na vela mestra e com uma pequena vela de temporal na proa, o capitão do Apivia viu rajadas de 55 nós e grandes ondas pelas vigias de seu barco.

Durante o dia, os ventos diminuíram para 30 nós, e os dois líderes terão agora ventos de  SW com 20-25 nós, muito mais favoráveis, até atingirem o segundo dos “grandes cabos”, o Leeuwin, na Austrália.

Ruyant passou com o Linked Out a sete milhas ao norte da pequena ilha de Amsterdã nesta manhã, seguindo uma rota que, embora enfrentando ventos fortes, o manteve fora do pior da forte depressão: "Eu realmente não tinha escolha, Charlie tinha folga suficiente para ficar à frente por mais tempo, mas para mim isso teria sido difícil. "

Conta Ruyant que o Linked Out suportou um par de horas com rajadas chegando a 60 nós: "Estou feliz por ter superado esse último grande obstáculo no Oceano Índico. Claro que tudo pode sempre acontecer e não estamos livres de nada, mas esse deve ser o último grande fenômeno climático antes de chegarmos ao Pacífico".

Isabelle Joschke (MACSF) está entre os barcos atingidos pela tempestade

Isabelle Joschke (MACSF) está entre os barcos atingidos pela tempestade

Esse sistema de baixa pressão que está ao norte das Ilhas Kerguelen, desloca-se agora a 25 nós para leste rumo ao Pacífico, mas tem no lado oeste ventos ainda mais fortes que atingirão os velejadores que perseguem de perto a dupla líder.

A 45 graus sul, Louis Burton (Bureau Vallée 2), o mais meridional de todos, recuperou o terceiro lugar à frente dos franceses Yannick Bestaven (Maître Coq) e Benjamin Dutreux (Omia - Water Family), e ainda sobre o alemão Boris Herrmann (Seaexplorer - Yacht Club de Monaco). Nos últimos três dias, o skipper Damien Seguin (Groupe Apicil) tem passado a maior parte do tempo tentando resolver problemas elétricos que, de forma preocupante, desligam o seu piloto automático, além de causar problemas de carga das baterias. Felizmente, a situação parece estar de novo sob controle. "É o tamanho das ondas e sua direção que ditam as prioridades e o que você faz", admite Seguin.