Vendée Globe Real e Virtual - 10-12-2020

O melhor desempenho nas últimas 24 horas é do alemão Boris Herrmann (Seaexplorer - Yatch Club de Monaco)

O melhor desempenho nas últimas 24 horas é do alemão Boris Herrmann (Seaexplorer - Yatch Club de Monaco)

Perseguição implacável

A vantagem dos líderes diminui

O cabo Leeuwin está ficando próximo. E o grupo de oito barcos que persegue os líderes Dalin e Ruyant vai diminuindo a diferença

Com as boas condições de navegação voltando ao Oceano Índico, o grupo que persegue os líderes Charlie Dalin (Apivia) e Thomas Ruyant (Linked Out) conseguiu ontem melhor desempenho, navegando entre 19 e 22 nós. Com isso, está conseguindo maior aproximação, já que Dalin, nas últimas horas, tem se limitado a 10-12 nós, enquanto Ruyant continua sofrendo com a perda do hidrofólio de bombordo durante choque com objeto não identificado..

O melhor rendimento desta manhã pertence ao alemão Herrmann (Seaexplorer – Yatch Club de Monaco), velejando a 22 nós. Enquanto isso, Louis Burton (Bureau Vallée 2) perdeu rendimento e Yannick Bestaven (Maître Coq) firmou sua vantagem como terceiro colocado. O único barco sem hidrofólios deste grupo de vanguarda, o Yes We Cam, conduzido magistralmente pelo seu skipper Jean Le Cam, também superou Louis Burton e ganhou a quarta posição! Precisamos levar em consideração que o júri da regata ainda não deu a compensação aos barcos que socorreram o náufrago Kevin Escoffier, Quando os tempos perdidos por desvio de rota e o salvamento forem distribuídos entre os veleiros envolvidos no resgate, teremos mudanças substanciais na classificação.

Mais para trás do sólido grupo dianteiro, Romain Attanasio (Pure-Best Western Hotels & Resorts) e Clarisse Crémer (Banque Populaire X) devem descer um pouco para sudeste antes de encontrarem uma pequena depressão no nordeste das ilhas Kerguelen.

Kevin Escoffier (à esquerda) desembarca nas Ilhas Reunião e despede-se do comandante da fragata Nivôse

Kevin Escoffier (à esquerda) desembarca nas Ilhas Reunião e despede-se do comandante da fragata Nivôse

Escoffier nas ilhas Reunião

“Eu estou um tanto melancólico aqui em terra firme”, contou Kevin Escoffier, ao desembarcar. ”Estou vivendo uma fase difícil, ainda desapontado por ser obrigado a abandonar a Vendée Globe, por ter perdido o barco (o PRB partiu-se em dois e naufragou). Quero agradecer à Marinha francesa, ao Jean Le Cam, também à minha equipe, e como acredito ter sido mais complicado para meus famíliares do que para mim, não vejo a hora de estar junto a eles. Nós vivemos nossa paixão e a impomos aos outros que amamos. Agora é hora de estar junto deles”.

Como estão os demais competidores

Armel Tripon (L'Occitane en Provence) está conseguindo um ótimo desenvolvimento nos últimos dias, tanto que se destacou muito do terceiro grupo, onde estava posicionado, abrindo 700 milhas e ficou mais perto do grupo líder. Os barcos deste terceiro grupo têm Alan Roura (La Fabrique), Stéphane Le Diraison (Time for Oceans) e Arnaud Boissières (La Mie Câline-Artisans Artipôle) tentando sair do sistema de alta pressão em que estão aprisionados e que não é bom para Manuel Cousin (Groupe Sétin).

Fabrice Amedeo (Newrest-Art & Fenêtres), vem sofrendo com problemas recorrentes no computador desde as ilhas de Cabo Verde e por isso está subindo para nordeste, em direção à África do Sul. Teremos nova desistência?

Jérémie Beyou (Charal) finalmente pode ultrapassar ainda hoje o último dos retardatários, o skipper finlandês Ari Huusela (Stark), ainda no dia de hoje. E em seguida deve passar também pelo japonês Kojiro Shiraishi (DMG Mori Global One). No entanto, Kojiro deve estar feliz em superar o Cabo da Boa Esperança e deixar para trás a África do Sul — foi lá que teve o mastro quebrado na sua participação da Vendée Globe anterior e abandonou.

Boas condições de navegação no Oceano Índico favorecem perseguição aos líderes

Boas condições de navegação no Oceano Índico favorecem perseguição aos líderes