Vendée Globe Real e Virtual - 8-1-2021

A inglesa Pip Hare conseguiu o que parecia impossível: trocou um dos lemes do seu Imoca

A inglesa Pip Hare conseguiu o que parecia impossível: trocou um dos lemes do seu Imoca

Pip Hare troca leme do Medallia

e continua na Vendée Globe!

A atenção nas últimas 24 horas de regata esteve voltada para arriscada troca de leme do Medallia. Até uma eufórica inglesa anunciar: “Consegui!”,

A mais recente querida da imprensa, Pip Hare, se manteve na Vendée Globe ao conseguir trocar o leme de bombordo do Medallia na noite de ontem. O reparo, difícil e arriscado, preocupara inclusive seus rivais de regata. Pip Hare conseguiu realizar a façanha mil milhas a oeste do Cabo Horn, com ventos de 20 nós e com as grandes ondas típicas do Pacífico Sul.

Quando a inglesa, de 45 anos de idade, anunciou “Descobri uma rachadura no leme do Medalllia”, muitos pensaram que terminara a grande aventura desta velejadora, que vinha se destacando nos últimos dias. Mas Pip Hare não se entregou: “Não tive outra alternativa senão aproar o barco e trocar a peça”. Durante o trabalho, ela perdeu dois lugares na classificação, caindo para 17 º, mas depois do reparo retomou seu excelente ritmo de navegação, velejando a 14,5 a 15 nós. Estima-se que chegará ao Cabo Horn na segunda-feira.

Como foi a façanha? Uma alegre Pip Hare explica: “Sinto dores em todas as partes do corpo, mas... Sim! Consegui. Fiquei com o coração na mão o tempo todo”. Logo depois dos reparos ela pode conversar com o navegador suíço Bernard Stamm, construtor do Medallia (ex-Superbigou, barco vencedor de duas regatas de volta ao mundo): “Você é minha heroína”, saudou Stamm. “O que você conseguiu fazer, trocando esse leme avariado, foi incrível! Estou na torcida para que consiga chegar a Les Sables sem mais problemas”.

O Charal, de Jérémie Beyou, navega há dias com ventos de 35 nós

O Charal, de Jérémie Beyou, navega há dias com ventos de 35 nós

Enquanto isso, o grupo que inclui de Alan Roura (15º) a Kojiro Shiraishi (21º) vem acelerando sob ventos fortes. Jérémie Beyou (Charal) conta: “Desde a Tasmânia, os ventos nunca estiveram abaixo dos 35 nós. Há três dias foram mesmo violentos, com ondas de 6 a 7 metros, vindas de través. Eu fui jogado pelo cockpit várias vezes!”.

Uma curiosidade: como a previsão era de uma regata mais rápida, alguns skippers já estão racionando comida para poder chegar a Sables d’Olonne sem passar fome. É o caso de Thomas Ruyant (Linked Out), que vem dispensando o café da manhã, a fim de economizar. Ele tem ainda mais um desafio, precisa subir no topo do mastro mais uma vez (a quinta nesta regata) para trocar um anemômetro. Contudo, a proximidade com o Apivia, de Charlie Dalin, o faz adiar seguidamente a manobra.

O líder, Yannick Bestaven, está com 411 milhas de vantagem sobre Dalin e Ruyant. Damien Seguin é o quarto colocado, 51 milhas atrasado em relação ao terceiro colocado. E entrou num centro de alta pressão na altura de Buenos Aires, o que dá aos seus perseguidores esperança de alcançá-lo.

Thomas Ruyant (Linked Out) terá de subir no mastro pela quinta vez, para reparos

Thomas Ruyant (Linked Out) terá de subir no mastro pela quinta vez, para reparos