Vendée Globe Real e Virtual - 29-11-2020
As férias acabaram!
Chegou Hora e A Vez dos Roaring Forties
Com vinte dias de navegação, a nona edição da Vendée Globe chega aos mares do sul, com vantagem de 250 milhas para o líder, Charlie Dalin (Apivia)
O momento é de “cruzar os dedos”, como afirmou hoje um dos participantes da regata de volta ao mundo. Os 18 primeiros surgem separados em dois grupos, com o líder Apivia se destacando, e estão prestes a passar pelo Cabo da Boa Esperança, primeiro acidente geográfico de referência nesta competição.
De fato, o Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África, é o primeiro, na ordem de passagem dos veleiros competindo nesta nona edição da Vendée Globe, dos chamados grandes cabos, que delimitam os limites dos continentes; o segundo será o Cabo Leeuwin (Austrália) e o terceiro o Cabo Horn (América do Sul).
A estimativa é de que o Apivia supere o Cabo da Boa Esperança amanhã, e com 250 milhas de vantagem para os demais. Contudo, um grupo de seis veleiros, cinco deles muito próximos uns aos outros, estará também cruzando o sul da África, em disputa acirrada pela segunda posição: Linked Out (2º), PRB (3º), Yes We Cam (4º), Maître Coq (5º), Bureau Vallée 2 (6º), Arkea Paprec (7º) e Sea Explorer (8º).
Louis Burton (Bureau Vallée 2) decidiu por uma estratégia mais ousada, navegando isolado, mais ao sul, e com isso já assumiu a 6ª posição. Outro veleiro que vem crescendo na regata é o Arkea Paprec, de Sébastien Simon, ganhando posições, agora em 7º lugar. E infelizmente quem vem caindo de rendimento é o Yes We Cam, do veterano e experiente Jean Le Cam (o que era esperado, é o único do grupo cujo barco não tem hidrofólios). Atualmente o Yes We Cam está em 4º lugar, mas será difícil segurar sua posição no ranking nos próximos dias.
Um segundo grupo segue mais afastado do Bureau Valleé 2, navegando também mais ao sul dos atuais líderes. Neles estão o Groupe Apicil (9º), Prysmian Group (10 ), Initiatives Couer (11 ), Omia - Water Family (12 ), MACSF (13 ) e V and B Mayenne (14 ). O Charal, de Jérémie Beyou, cruzou hoje a linha do equador e, entre ele e o segundo grupo, todos os veleiros já estão no hemisfério sul.
Já o danificado Hugo Boss está sendo conduzido com cuidado pelo seu skipper Alex Thomson para a Cidade do Cabo.
Este é o momento a partir do qual os veleiros encontrarão as mais fortes ondas e ventos durante a Vendée Globe, enfrentando as seguidas depressões que seguem do oeste para leste. É Benjamin Dutreux (Omia – Water Family) quem resume a realidade atual para os navegadores: "As férias acabaram!”