Vendée Globe Real e Virtual - 28-11-2020

O veleiro Hugo Boss e seu skipper Alex Thomson estão rumando para Cidade do Cabo

O veleiro Hugo Boss e seu skipper Alex Thomson estão rumando para Cidade do Cabo

Sem esperanças

Mais um favorito deixa a Vendée Globe 2020-21

Com danos irrecuperáveis na estrutura de seu veleiro Hugo Boss, o inglês Alex Thomson abandona a regata e ruma para a Cidade do Cabo (África do Sul)

Segundo a equipe do inglês Alex Thomson, o problema na estrutura do casco do Hugo Boss, no qual o skipper trabalhou durante quatro dias e noites, voltou a se manifestar na área da proa, refletindo-se no leme. Com isso, não restou-lhe outra alternativa senão se dirigir à Cidade do Cabo (África do Sul), a 1.800 milhas do local onde estava esta manhã, com velas e velocidade reduzidas. Assim termina o sonho do britânico, um dos maiores favoritos, de vencer a mais desafiadora regata de volta ao mundo.

"Infelizmente, um reparo não é possível”, declarou o inglês. “Portanto, aceitamos que este é o fim da corrida para nós. Eu, minha equipe e nossos parceiros estamos, é claro, profundamente desapontados".

Esta foi a quinta Vendée Globe com a presença de Alex Thomson. E como o Hugo Boss fora projetado para velocidade, principalmente nos ventos fortes das altas latitudes sul, ele lamentou muito, pois acreditava que “o melhor ainda estava por vir nesta corrida".

Baixas e altas

A retirada do Hugo Boss é a segunda baixa definitiva da Vendée Globe 2020-21. Na altura das ilhas de Cabo Verde, o navegador francês Nicolas Troussel acordou no meio da noite com um grande barulho. Saiu para o cockpit e o mastro de seu Corum L’Epargne havia caído, mesmo em ventos relativamente fracos, de 15 nós. Assim como Alex Thomson, Troussel era um dos favoritos para a conquista desta Vendée Globe. O Corum L’Epargne é talvez o melhor exemplo de veleiro Imoca de segunda geração e o mais recente lançado ao mar, em maio deste ano.

Já outro francês também favorito, Jérémie Beyou, embora continue na regata, ficou com sua participação comprometida quando seu veleiro Charal bateu contra um objeto não identificado pouco depois da largada da regata. Mais um Imoca de segunda geração, lançado em 2018, e que em 2019 já demonstrava sua capacidade e de seu skipper, ao vencer a tradicional Rolex Fastnet Race. Beyou retornou a Les Sables d’Olonne, onde sua equipe consertou os danos. Ele partiu novamente, entretanto, com mais de duas mil milhas de desvantagem para os demais. Dificilmente terá chances de alcançar os líderes durante a competição.

Assim, justamente três dos mais cotados skippers, com veleiros dos mais modernos e sofisticados, tiveram problemas na descida do Atlântico, fase inicial da Vendée Globe 2020-21. Apenas um deles, o Charal, continua, mas muito atrasado. Enquanto isso, o mais velho participante, com um veleiro dos mais antigos da flotilha (Jean Le Cam e seu Yes WeCam, casco sem hidrofólios), continua, e em terceiro lugar!