Vendée Globe Real e Virtual - 21-11-2020
Thomas Ruyant (Linked Out) é líder
E o HUGO BOSS, de Alex Thomson, acusa danos na estrutura
Dia de importantes mudanças na Vendée Globe 2020-21, quando o grupo líder passa a 800 milhas ao largo do Rio de Janeiro
Thomas Ruyant (Linked Out) assumiu na madrugada a liderança da Vendée Globe, pouco antes do amanhecer do décimo terceiro dia de regata. Após cinco dias liderando, o inglês Alex Thomson (Hugo Boss) está hoje em segundo lugar, 32 milhas atrás de Ruyant. Outro francês, Charlie Dalin (Apivia) está em terceiro, a 35 milhas de Thomson.
Por outro lado, no início desta noite, a equipe de Alex Thomson confirmou que os sensores instalados ao longo do Hugo Boss identificaram danos estruturais no casco. Diante disso, o inglês aguarda instruções, enquanto sua equipe e os projetistas responsáveis pela construção do veleiro analisam o problema e eventual solução.
Thomas Ruyant
Esta é segunda participação de Thomas Ruyant na Vendée Globe, e a primeira vez que o velejador francês, de 39 anos de idade, lidera a regata:
"Acabei de olhar para o ranking desta manhã e me encontro na liderança. Estou muito feliz. É bom ser o líder da Vendée Globe, agora Atlântico Sul, mas para ser honesto, estou ainda mais feliz por fazer parte deste trio (com Alex Thomson e Charlie Dalin)".
Os demais 29 velejadores que disputam a Vendée Globe 2020-21 começam sua terceira semana no mar amanhã, e os objetivos de curto prazo são comuns ao trio que lidera — a busca de um posicionamento para conseguir uma rota veloz para o leste, nas altas latitudes sul, e assim não ficarem para trás.
Ruyant, Thomson e Dalin desfrutaram de uma rápida descida por um sistema frontal passando hoje pela latitude do Rio de Janeiro, com ventos favoráveis, mas a partir de domingo à tarde ou à noite, devem encontrar uma zona de condições de ventos muito mais leves e exigindo múltiplas cambadas, em uma área de transição para os roaring forties (ou quarenta bramadores) — uma barreira entre eles e os sistemas de fortes ventos de oeste nas altas latitudes.
Atrás do trio líder, os demais competidores descem ao longo da costa brasileira. Para alguns, o acúmulo de fadiga começa a afetar as emoções. Pois alguns dos competidores enfrentam momentos difíceis, como Isabelle Joshcke (MACSF), que teve seu púlpito de popa e escoras arrancadas do convés. Joschke não se feriu, mas precisa trabalhar sua segurança na parte de trás do barco antes de chegar aos fortes ventos das latitudes sul.
Kojiro Shiraishi e o Espírito de Yukoh
Depois de uma maratona de cinco dias de reparos em sua vela mestra, o que o deixou entre os últimos colocados, o japonês Kojiro Shiraishi está finalmente de volta à regata com o DMG Mori. Shiraishi, de 53 anos de idade, “está mais determinado do que todos a completar esta Vendée Globe”, informou sua assessoria de imprensa: "Ele não terá condições de navegar com força total no restante da regata, em função dos estragos ocorridos, mas Koji está aliviado que as coisas tenham funcionado. Está na regata e isso é o que é importante para ele".
Shiraishi é um experiente navegador que completou sua primeira circum-navegação, sem paradas, com apenas 27 anos de idade. Depois disso, conseguiu o segundo lugar na Classe 40 em 2002, na regata de volta ao mundo Around Alone, e terminou em segundo lugar na classificação geral na regata Velux 5 Oceans de 2007. Dedica sua participação nesta Vendée Globe ao seu antigo mentor e amigo, Yukoh Tada (um motorista de táxi no Japão, que conseguiu participar da regata de volta ao mundo Around Alone de 1982-83, vencendo na Classe 2). O veleiro IMOCA de Shiraishi traz o nome Spirit of Yukoh (DMG Mori é o nome oficial, pelo patrocinador). É com esse espírito que ele pretende terminar a regata.