55º Circuito Rio

Novidade na raia: largada da classe C30, que teve o seu Campeonato Brasileiro incorporado ao Circuito Rio de 2024. Foto: Fred Hoffmann - ICRJ

Um clássico

na Guanabara

Por Regina Hatakeyama

Crioula vence 55º Circuito Rio na classe ORC, enquanto Tonka sagra-se campeão brasileiro na C30

Com a marca de 55 edições efetuadas e a participação certa de fortes nomes da vela nacional, o Circuito Rio é uma das competições mais longevas desse esporte no Brasil. Sempre sediado pelo Iate Clube do Rio de Janeiro, o evento de 2024 teve na raia (dentro e fora da Baía de Guanabara) 12 barcos inscritos na categoria BRA RGS, 18 na ORC e cinco na classe monotipo C30 (esta disputando o seu 13° Campeonato Brasileiro, incorporado ao Circuito Rio deste ano).

Ao fim das sete regatas previstas (quatro barla-sota e três de percurso) para os concorrentes na ORC, o veleiro gaúcho Crioula 52, um TP 52, de Eduardo Plass e com o ex-velejador olímpico Samuel Albrecht ao timão, sagrou-se campeão com 108,80 pontos, mesmo sem ter participado da tradicional regata de abertura do Circuito, a Santos-Rio. Atrás dele ficaram o paulista Phoenix 44 (Bottin 44, comandado por Fábio Cotrim) com 106,70 pontos; o carioca Duma (Farr 11 S, de Haakon Lorentzen) com 103 pontos; o também carioca Dona Bola (Océanis 41, de Ricardo Tramujas) com 95,50 pontos; e outro carioca, o Avohai (IMX 40, de Lars Grael) com 89,20 pontos.

A categoria BRA RGS, que teve cinco regatas, o vencedor, com 49,60 pontos, foi o paulistano Kaluanã (Skipper 30/II, de Leonardo Soldon). Já o paulista de Ubatuba Beleza Pura 2 (Farr 38, de Felipe Ferraz), com 47 pontos, pegou o segundo lugar; e em terceiro ficou o carioca Tangará II (Farr 40, de Delio Valdetaro Jr.) com 41,9 pontos.

Campeonato Brasileiro da Classe C30

Já na classe C30, também com sete regatas disputadas, o paulista Tonka, de Demian Pons (substituído no leme nos dois primeiros dias por Robert Scheidt) sagrou-se o campeão brasileiro de 2024 com 9 pontos perdidos (considerando um descarte). Atrás dele, ficaram o gaúcho Loyalty 06 (Alexandre Leal) como vice, com 12 pontos; e os paulistas Kaikias EMS (Daniel Hilsdorf e Fábio Aurichio) em terceiro lugar com 19 pontos, Bravo (Jorge Berdasco) em quarto com 20 pontos e Relaxa Building (Tomás Mangabeira) em quinto com 22 pontos.

O Tonka liderou de ponta a ponta, vencendo quatro do total de sete regatas, contra duas vitórias do Loyalty. A outra vitória, na última regata, coube ao Relaxa Building. O multicampeão olímpico e mundial Robert Scheidt, que depois de dois dias no posto de timoneiro do Tonka passou a tático, resumiu assim o último dia de competição:

“O domingo foi um dia extremamente difícil para velejar porque o vento estava inconstante e havia muita correnteza. Tivemos uma disputa muito acirrada com o Loyalty na primeira regata do dia, que era decisiva para chegarmos ao título. Eles ganharam, mas como ficamos em segundo, garantimos o campeonato com uma regata de antecedência. Na segunda regata, a última da competição, infelizmente cometemos alguns erros, não velejamos muito bem e terminamos em quarto, que acabou sendo nosso descarte. O que importa é que saímos daqui com o título e muito felizes. A equipe evoluiu bastante desde que vencemos a Semana de Vela em julho, em Ilhabela. Com todos muito bem entrosados, estamos manobrando muito bem o barco. É o que faz a diferença”.

André Fonseca (o “Bochecha”, velejador olímpico em 2000, 2004 e 2008, e tripulante em três regatas volta ao mundo Volvo Ocean), que correu como tático do Loyalty, fez um balanço do Brasileiro de C30: “As tripulações muito afiadas com Robert [Scheidt], Geison [Mendes], Fábio Pillar, [Maurício] Santa Cruz, elevaram o nível técnico do campeonato. O vento também ofereceu condições favoráveis, com a Classe C30 dando show em sete regatas no Circuito Rio. Todos se respeitaram e não tivemos nenhum incidente. Estamos felizes com o resultado, mas queremos evoluir”.

Regina Hatakeyama