50 anos da Semana de Ilhabela

Desfile com o centenário veleiro Atrevida, que deu nome à Regata Alcatrazes por Boreste-Marinha do Brasil na 50ª SIVI, tendo ao fundo o Cisne Branco, veleiro escola da Marinha

O grande encontro

de inverno

Por Regina Hatakeyama

A Semana Internacional de Vela de Ilhabela de 2023 reafirma o sucesso desse evento disputado há cinco décadas

Ao longo dos anos, a Semana de Vela de Ilhabela só fez crescer, e comemorou a 50ª edição confirmando sua importância para o iatismo nacional. Realizada sempre no mês de julho, no litoral norte paulista, essa competição oceânica ultrapassou há muito os limites de São Paulo, recebendo velejadores profissionais e amadores de diversas regiões do Brasil e de outros países da América do Sul, que ao fim de cada dia de regata deixam a rivalidade de lado e confraternizam em torno de uma canoa de cerveja bem gelada.

Durante a Semana de Vela, o Yacht Club de Ilhabela (YCI), sede do evento, é como uma passarela por onde têm desfilado gerações da vela nacional, dos veteranos Mario Buckup e Eduardo Souza Ramos —participante desde a primeira edição e também apoiador da agora chamada Semana Internacional de Vela de Ilhabela–SIVI— a Martine Grael, passando por seu pai, Torben, seu tio Lars, Robert Scheidt e muitos outros da elite do esporte. Uma constelação que mostra o peso e —por que não?— o glamour dessa disputa, cujo termo “Internacional” está longe de ser pretensioso.

Pela quantidade e qualidade de barcos e velejadores, pelo ânimo trazido à cidade com a realização de shows, exposições e palestras, pela cobertura da mídia, pela longevidade e vitalidade, a SIVI se equipara mesmo às regatas oceânicas realizadas mundo afora. E como em outras competições de vela internacionais, na de Ilhabela os barcos são destaques. Neste ano, a lista de inscrições contou 130 veleiros e mais de 1.000 velejadores, com representantes de 56 clubes e marinas do Brasil e 11 da Argentina. 

Os veleiros são preparados especialmente para essa disputa, frequentada, inclusive, por projetistas navais. Os argentinos Néstor Völker e Javier Soto Acebal, criadores de diversos modelos em águas brasileiras; e o uruguaio-catarinense Horacio Carabelli —hoje na equipe técnica da campanha Prada Pirelli para a America’s Cup, mas que projetou, entre outros, o modelo C 30, que teve oito barcos na 50ª SIVI— são alguns dos profissionais que já estiveram no evento.

Cuidadosamente planejada, cada Semana de Vela é sinônimo de festa em Ilhabela. Centenas de tripulantes lotam pousadas, restaurantes e movimentam as ruas, em pleno inverno! Durante os dias da regata, a ilha respira vela, e isso certamente é um incentivo para a formação de velejadores locais. Exemplo disto é Alex Kuhl, jovem aluno da Escola Municipal de Vela da Ilhabela Lars Grael, que em 2021 tornou-se o primeiro brasileiro campeão mundial da classe Optimist. Outro é Juninho (Mário Sérgio) de Jesus, sócio-atleta do YCI oriundo de uma família de velejadores ilhabelenses, que compete na classe Star.

Observar o desenrolar das sucessivas edições da SIVI é observar também a evolução dos veleiros e dos velejadores, que hoje podem se dedicar profissionalmente a uma carreira olímpica, por exemplo, e ser contratados como tripulantes nos barcos mais competitivos.

Visando à renovação das tripulações e ao próprio desenvolvimento da vela nacional de alto nível, nos dias que antecedem a SIVI acontecem a Semana de Monotipos para classes olímpicas e pan-americanas; e a regata Vela do Amanhã, para crianças de projetos de ensino de vela dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, uma alegria também para os velejadores adultos que as recebem em seus barcos participantes da SIVI.

O medalhista olímpico Bruno Prada, atual secretário de esportes de Ilhabela, define assim esse admirável encontro de barcos e pessoas: “Na minha opinião, o maior patrimônio de Ilhabela é a Semana Internacional de Vela. É um orgulho sediar a 50ª edição de um projeto que começou com os monotipos, trouxe os barcos de oceano em 1980. Mais que uma competição, é uma grande confraternização da vela brasileira e sul-americana”.

Longa vida à SIVI!

Como foi a 50ª Semana Internacional de Vela de Ilhabela

Tradicionalmente, a SIVI inicia com duas regatas de percurso distintas, conforme a categoria dos barcos. Antes, porém, há o desfile dos competidores em frente ao centro histórico de Ilhabela. Neste ano, não foi diferente. Os veleiros —130 ao todo, sendo 12 da Argentina, entre os quais o Katara (PG 390), de Julian Somodi, atual campeão ORC no Circuito Rolex de Punta del Este— foram apresentados para um grande público em terra, tendo como abre-alas o barco da Comissão de Regatas, seguido pelo belíssimo Atrevida, que comemora 100 anos de muita história.

Os veleiros das classes ORC, VPRS e BRA-RGS A e B disputaram a Regata 100 anos - Atrevida por Boreste–Marinha do Brasil, uma velejada de cerca de 50 milhas (92,5 km), contornando a Ilha de Alcatrazes. As classes C 30, BRA-RGS (C), Bico de Proa (A, B e C), Clássicos e Multicascos correram a Regata Ilha de Toque-Toque por Boreste, de 20 milhas (37 km). Já os HPE 25 fizeram a Regata Renato Frankenthal, de 10 milhas (18,5 km) que não conta pontos para a SIVI.

A Regata 100 anos - Atrevida por Boreste–Marinha do Brasil é a tradicional Alcatrazes por Boreste, rebatizada nesta edição em homenagem ao centenário do veleiro Atrevida —que, no entanto, realizou o percurso Ilha de Toque-Toque por Boreste, na categoria Clássicos. Construído nos EUA em 1923 pelo cultuado projetista e construtor Nathanael Herreshoff, o Atrevida é uma relíquia de 95 pés (29 m) que participou desta SIVI sob o comando do velejador Átila Bohm.

O barco argentino Sandokan, comandado por Federico Moreno, montou a Ilha de Alcatrazes primeiro, mas foi ultrapassado pelo campeão geral da SIVI de 2022, o gaúcho Crioula de Eduardo Plass e comandado pelo velejador olímpico Samuel Albrecht, que acabou por cruzar a chegada na frente, quase 11 horas após a largada no Canal de São Sebastião —bem diferente das 6 horas, 1 minuto e 42 segundos que deram ao mesmo Crioula o recorde da regata em 2018. “Foi uma regata dura, de paciência e com pouco vento! Tomamos muitas decisões táticas para escolher o melhor caminho. A segunda parte foi uma boa velejada e, por sorte, a gente chegou”, comentou Albrecht. O segundo na linha de chegada foi o Phoenix, sob comando de Mauro Dottori e Fábio Cotrin, seguido pelo Sandokan

Na Regata Ilha de Toque-Toque por Boreste, o destaque foi a vitória do Kairós na regateira classe C 30, para a qual a Semana Internacional de Vela de Ilhabela vale pontos na segunda etapa do Campeonato Brasileiro. Depois dele, que completou o percurso em cerca de seis horas, chegaram os C 30 Loyalty 06 e Bravo, quase empatados. Para o comandante do Kairós, Alessandro Penido, a regata Toque-Toque por Boreste “Foram várias regatas numa só, com muitos barcos se aproximando. Apostamos numa estratégia de esperar o vento leste entrar e continuamos até dar certo”.

Quanto à Regata Renato Frankenthal, disputada por sete veleiros da classe HPE 25, o vencedor foi o argentino Cabron Argento (Augusto Cortina), seguido por Crazy Phoenix (Mario Lindenhayn) e Ginga (Breno Chvaicer). Os demais não completaram o percurso. “Tivemos uma boa largada e o barco teve uma boa velocidade na primeira parte. O Ginga e o Phoenix aproximaram da gente quando o vento acabou. Fomos trabalhando bordo a bordo para ganhar a regata. Ficamos felizes pelo resultado'', relatou o argentino Augusto Cortina.

Desafio para os velejadores

Após os ventos fracos e temperaturas de mais de 30 graus na maior parte da semana, as flotilhas foram atingidas pela chegada de uma frente fria na Regata Mitsubishi (dia 27), com ventos de sudoeste de mais de 35 nós (65 km/h) e correnteza de 2 nós (3,5 km/h) no Canal de São Sebastião. Alguns barcos chegaram a ser arrastados, outros perderam o mastro, alguns desistiram e os HPE 25 não saíram para o mar, por conta das más condições do tempo.

 ''A regata Mitsubishi para a classe ORC foi de 22 milhas e para as outras classes, 16 milhas. Percursos médios nesse dia de ventos fortes. Foi uma regata muito desafiadora para os velejadores, muito mar, muita correnteza, vento forte, realmente uma experiência que a SIVI sempre entrega'', comentou Cuca Sodré, diretor técnico do evento.

O vencedor do percurso de 22 milhas (40,5 km) foi o TP 52 Crioula; e o das 16 milhas (29,5 km), o C 30 Tonka.

Um bicampeão

As regatas do dia 28, o penúltimo da SIVI, foram canceladas devido aos ventos fracos e variáveis, mas, no dia seguinte, o Crioula sagrou-se bicampeão da SIVI, tendo vencido seis das sete regatas da classe ORC, a categoria mais prestigiada das regatas de oceano, com um total de 45 barcos na disputa. Atrás dele ficou o Phoenix (Botin 44), que, tripulado pelos tarimbados André Fonseca (o Bochecha), Jorge Zarif e Juninho de Jesus, superou o argentino Sandokan (Fast 40+) na derradeira regata. O terceiro lugar coube ao Phytoervas, que, além da velocidade dos rivais, encarou uma quebra de gurupés. O comandante Marcelo Bellotti declarou-se feliz com a medalha de bronze: “Batalhamos do início ao fim por isso. Ano que vem vamos buscar o título, pois temos barco e equipe preparados para tal feito”. Na divisão B da ORC, o vencedor foi o Kamikaze XI, seguido por +Bravíssimo e Asbar IV.

Nas classes RGS e Clássicos, o campeão foi o gaúcho Madrugada (Frers 42, dos anos 1970), um barco histórico, de Niels Rump.

Na RGS A, o primeiro lugar ficou com o catarinense Pangea Speed Max Racing (Fast 395, de Jorge Carneiro), que venceu o Brasileiro de RGS 2023, disputado simultaneamente com a SIVI. Na divisão B, deu Azimute (Carabelli 32, de Phillippe Serrano) e na C, o Plancton (Schaefer 31, de Jonas Chorociejus).

Blue Wind (Wind 44, de James Bellini), Odoyá (Magma HS 385, de Ricardo Carvalho) e Cambada I (Delta 36, de Luiz Fernando Giovannini) foram, respectivamente, os vitoriosos nas divisões A, B e C da categoria Bico de Proa, que teve como campeão geral o Odoyá. “Foi um evento muito lindo e ficamos muito motivados em competir em Ilhabela. Somos uma equipe amadora, uma escola de vela em La Plata. E desfrutamos muito desses dias'', contou Santiago Fernandes, da tripulação do Odoyá.

O Mente Sã foi o campeão dos multicascos.

Já entre os “one design” (monotipos classes C 30 e HPE 25), uma virada na última regata, de um total de oito) deu a vitória dos C 30 ao Loyalty 06 (comandado por Alexandre Leal), que deixou o rival Tonka (Demian Pons) com a medalha de prata e o Katana Portobello (César Gomes Neto) com a de bronze, com diferença de apenas um ponto entre eles. Na HPE 25, que teve cinco regatas, o campeão foi o Crazy Phoenix (Mario Lindenhayn), com Espetáculo (Luís Fernando Staub) em segundo lugar e Ginga (Breno Chvaicer) em terceiro.

Prêmio para equipes

A SIVI premiou também equipes, e a trinca RISC, formada por Phoenix, Pangea e Invocado (Cruiser 46, de Marco Lopes), com 33 pontos, levou a melhor na soma das pontuações de cada um nas classes ORC, RGS e Bico de Proa entre 12 trios de veleiros.

O segundo lugar ficou com o grupo Porto Alegre (Almadia, Kamikaze e Madrugada), com 93 pontos. O terceiro, com o Vela Top (Kaupê, Sossegado e Phytoervas), 121 pontos.

Os vencedores levaram o troféu transitório Pen Duick II, uma referência ao veleiro do francês Eric Tabarly, vencedor da regata transatlântica em solitário Ostar, em 1964. 

Regata Eduardo Souza Ramos

A 50ª SIVI foi escolhida para prestar homenagens a Eduardo Souza Ramos, velejador e empresário reconhecido como um grande incentivador da vela nacional e da própria Semana de Vela de Ilhabela. Por isto, a regata do dia 25 —realizada no norte da ilha e disputada por todas as classes, exceto HPE 25— recebeu o nome Regata Eduardo Souza Ramos. Ex-atleta olímpico — foi, inclusive, porta-bandeira do Brasil nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984 — e maior campeão da Semana Internacional de Vela de Ilhabela, com 11 vitórias, Souza Ramos foi lembrado como “responsável direto pelo desenvolvimento técnico e evolução da modalidade oceano na América do Sul”, tendo apoiado grandes eventos do iatismo, assim como velejadores.

“Nessas 50 edições, uma das que mais me marcaram foi a primeira, quando corri de Snipe; e, claro, a última. Minha última Semana de Vela foi no ano passado, com uma disputa acirrada com o Crioula”, comentou Souza Ramos, hoje com 79 anos. Seu último barco de regata foi o moderno Botin 44 Phoenix, que participou da 50ª SIVI sob comando de Fábio Cotrim e Mauro Dottori, contando, como de hábito, com o auxílio luxuoso de “olímpicos” como Jorge Zarif e André Fonseca, o “Bochecha”.

“Independente da vertente da vela no Brasil, o Eduardo Souza Ramos ajudou de todas as formas possíveis. É o maior incentivador da vela brasileira”, declarou Jorge Zarif.

Semana de Monotipos (classes olímpicas e pan-americanas)

Sediada pela Escola de Vela Lars Grael, entre os dias 14 e 16 de julho, a Semana de Monotipo abriu a 50ª SIVI com a participação de 60 barcos tripulados por velejadores a partir de 7 anos de idade. O primeiro dia teve vento sudoeste forte, efeito de um ciclone na costa brasileira, mas as condições melhoraram, permitindo boas regatas no último dia. Os vencedores foram:

Optimist estreante - Arthur Vasconcelos (mirim) – Yacht Club Santo Amaro

Optimist veterano - Manuel Bragança (infantil) – Iate Clube do Rio de Janeiro

420 masculino - Alex Kuhl / Handrey Cantini – Yacht Club de Ilhabela / Escola de Vela de Ilhabela

420 feminino - Júlia Levorin – BL3 Escola de Iatismo

ILCA4 (Laser 4.7) - Stefano Francavilla – Yacht Club Santo Amaro

Finn - Pedro Lodovici – Yacht Club de Ilhabela

Wing Foil - Rodrigo Morais – BL3 Escola de Iatismo

Snipe - José Roberto de Jesus / Gustavo Santos – Grêmio de Vela de Ilhabela / Escola de Vela de Ilhabela

Dingue - Luiz José Júnior / Anísio Correa – Clube Naval Charitas

Hobie Cat 16 - Rodrigo Juliani / Renata Meneghelo – Yacht Club Santo Amaro

Star - André Diomelli / Marcelo Sansone – CNI

Regata Vela do Amanhã

A bordo de 46 barcos inscritos na SIVI, 160 velejadores-mirins participaram da Regata Vela do Amanhã, outro evento de abertura da Semana de Vela, realizado no dia 22. O primeiro veleiro a chegar foi o Crioula 52. O segundo foi o Phoenix; e o terceiro, o C 30 Caiçara, de Marcos César.

”Com vento forte, quase 20 nós (37 km/h), um alto nível de regata, não teve brincadeira, não”, comentou Primo Aldrigue Jr., diretor do YCI e um dos organizadores da SIVI. As crianças, claro, se divertiram, como atestou a menina Alexia Sofia, de 11 anos, aluna de uma escola de vela de Praia Grande (SP): “Foi muito legal. A gente aprendeu bastante sobre o barco, inclusive a tirar o balão”. Alexia velejou com a tripulação do Pangea.

Houve premiação com a presença do prefeito de Ilhabela, Toninho Colucci, e todas as crianças receberam medalhas de participação. “Tudo isso vai marcar a vida delas. Temos uma grande equipe que proporcionou isso”, comemorou Mauro Dottori, diretor de vela do YCI. Bruno Prada, que esteve na premiação, aplaudiu a iniciativa: “Quem sabe, dessas 160 crianças, vinte ou trinta acabam virando tripulantes ou timoneiros de oceano?”.

Campeonatos paralelos

No decorrer da 50ª SIVI foram definidos também os Campeonatos Brasileiros da classe C 30 e veleiros BRA-RGS, encerrados no dia 28, o penúltimo da SIVI.

Na C 30, o barco catarinense Katana Portobello sagrou-se bicampeão brasileiro. Com vitória em quatro das seis regatas da primeira etapa do campeonato, realizada em fevereiro, em Florianópolis; e boa regularidade em sete das oito regatas da segunda etapa, em Ilhabela (com descarte de um 8º lugar), a equipe do Iate Clube de Santa Catarina faturou o campeonato com 24 pontos. O vice-campeão, com 30 pontos, é o também catarinense Zeus, de Inácio Vandresen, e o terceiro colocado, com 33 pontos, o Tonka (ex-Caballo Loco, vencedor dos três últimos Campeonatos Brasileiros da classe).

No Campeonato Brasileiro da classe BRA-RGS de 2023, disputado por 46 veleiros, a grande vitoriosa foi a equipe catarinense Pangea Speed Max Racing, que venceu no desempate, com oito pontos perdidos, o barco gaúcho Madrugada. Em terceiro lugar, com 11 pontos, ficou o Dona Marina, de Angra dos Reis (RJ).

 

Quem foram os campeões da 50ª Semana Internacional de Vela de Ilhabela

ORC GERAL

1º - Crioula - 6 pontos

2º - Phoenix 44 - 19 pontos

3º - Phytoervas - 21 pontos

ORC A

1º - Crioula - 6 pontos

2º - Phoenix 44 - 17 pontos

3º - Sandokan - 21 pontos

ORC B

1º - Kamikaze - 12 pontos

2º -+Bravíssimo - 12 pontos

3º - Asbar IV - 17 pontos

Multicascos

1º - Mente Sã - 4 pontos

2º - Savage - 10 pontos

C30

1º - Loyalty 06 - 18 pontos

2º - Tonka - 19 pontos

3º - Katana - 20 pontos pontos

HPE25

1º - Crazy Phoenix - 5 pontos

2º - Espetáculo - 9 pontos

3º - Ginga - 13 pontos

Campeonato por Equipes

1º - RISC 2023 - 33 pontos

2º - Porto Alegre - 93 pontos

3º - Vela Top - 121 pontos

Super 40

1º - Phytoervas - 5 pontos

2º - Argos - 9 pontos

3º - Inaê Transbrasa - 17 pontos

Clássicos

1º - Madrugada - 4 pontos

2º - Pepa XXI- 9 pontos

3º - Kameha Meha - 10 pontos

Clássicos A

1º - Pepa XXI - 5 pontos

2º - Atrevida - 11 pontos

RGS Geral

1º - Madrugada - 7 pontos

2º - Pangea Speed Max Racing - 8 pontos

3º - Dona Marina - 8 pontos

RGS A

1º - Pangea Speed Max Racing - 6 pontos

2º - Dona Marina - 6 pontos

3º - Zeus - 14 pontos

RGS B

1º - Azimute - 5 pontos

2º - Orion - 8 pontos

3º - Tanuki - 15 pontos

RGS C

1º - Plancton - 5 pontos

2º - Rainha - 8 pontos

3º - Comanda - 10 pontos

Bico de Proa A

1º - Blue Wind - 7 pontos

2º - Invocado - 7 pontos

3º - Inaê 50 - 26 pontos

Bico de Proa B

1º - Odoyá - 7 pontos

2º - Sirocco - 10 pontos

3º - Tuchaua - 11 pontos

Bico de Proa C

1º - Cambada I - 5 pontos

2º - Helios II - 14 pontos

3º - Almadia - 14 pontos