Sydney – Auckland 2021 (virtual)

Os ventos fracos, determinados por uma alta pressão a oeste da Nova Zelândia, deram o tom da regata

equipe TPN

Fecha o pódio

Uma das mais antigas e bem-sucedidas equipes nas competições da Virtual Regatta, a francesa TPN venceu esta difícil Sydney – Auckland e teve cinco barcos entre os dez primeiros

Eu esperava uma regata Sydney – Auckland de muito vento, afinal tanto a Austrália quanto a Nova Zelândia são países onde as condições climáticas favorecem a vela oceânica. Na Nova Zelândia, a vela é praticamente um esporte nacional. Portanto, foi uma decepção encontrar aquela alta pressão teimosa a oeste da ilhas neozelandesas bloqueando a rota ideal dos barcos. Assim, a calmaria decorrente desse sistema meteorológico tornou esta regata complicada, uma das mais difíceis de que recordo. Até mesmo já do lado leste das ilhas, já perto de Auckland, no fim da competição, o vento desapareceu.

Melhor momento do Ondazul-BST, ao dobrar o extremo norte da Nova Zelândia

Contudo, o pessoal da equipe BST ia muito bem na regata, como o DogBoris BST na melhor posição à frente de seu grupo. Depois, o Macotoso BST, e o Mizaza-BST. De minha parte, sinceramente, desde o início eu cometi vários erros que me deixaram para trás dos principais líderes. Insisti e até arrisquei, tanto que ao dobrar o norte da Nova Zelândia meu barco Ondazul-BST aparecia em 46º no ranking. Porém, era uma posição arriscada, pois rumei em ventos mais fracos do que os demais, e assim fui perdendo posições em pouco tempo.

De qualquer modo, até poderia ter dado certo, se não acontecessem mais uma vez problemas na interface do game. Pois quando veio a calmaria total, já perto de Auckland, eu descobrira um jeito de ir ultrapassando vários barcos. Já estava na 70º posição quando decidi mudar o rumo para leste e tomar a frente do grupo mais bem posicionado. Para isso, teria de mudar da light gennaker para a vela code zero.

O Ondazul-BST terminou em 134º no ranking, um bom resultado pela história da regata

Mas a vela não abriu — conforme cambava para leste, a velocidade diminuía até parar por completo o barco. Como o sistema é automático, era uma falha grave do game. Não tem como mudar manualmente — aliás, uma queixa geral dos usuários da Virtual Regatta, mas como a empresa é teimosa e não costuma dar atenção, continua assim. Eu fiquei sem saber o que fazer. Reiniciei o navegador (Chrome) e, ao abrir novamente a VR, continuou igual, sem mudança de vela. Como não pude ir para leste, permaneci até o fim da regata em ventos mais fracos, e assim caí de 70 para 134 na linha de chegada. Em tempo, o sistema de vela automático só voltou a funcionar quase duas horas depois, quando não tinha mais como mudar o rumo para leste sem perda de tempo e de milhas.

Entre os brasileiros, a vitória foi do DogBoris BST (em 56º na classificação geral). E como a equipe francesa TPN dominou o quadro geral, a brasileira BST fez o pódio e colocou oito barcos entre os dez primeiros dos brasileiros, incluindo meu Ondazul-BST em 4º lugar, um bom resultado.