Copa Prada continua neste fim de semana

Foto: © COR 36 | Studio Borlenghi

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As regras da

Copa

A seletiva para a Copa América tem prosseguimento neste fim de semana, mas você conhece as regras básicas dessas regatas?

No site da Copa América, os fãs da vela encontram todas as informações para acompanhar as emocionantes disputas da seletiva (Copa Prada, em curso) e da disputa final entre o desafiante o detentor da taça. Um probleminha: tudo em inglês.

Para ajudar quem não tem lá muita familiaridade com esse idioma, trouxemos do site o básico sobre as match races, a modalidade de regata adotada para a Copa Prada e a Copa América, em que competem dois barcos por vez e vence quem chega na frente.

PERCURSO

O percurso da regata tem cerca de 1,7 milhas náuticas (3,15 km) de comprimento e entre 0,5 e 0,8 milha (925 m a 1,5 km) de largura, com limites ao redor dos quais os barcos devem permanecer.

O percurso é chamado barla-sota (de barlavento-sotavento), porque é orientado diretamente contra o vento e a favor do vento. Desde a largada, os veleiros correm contra o vento, para barlavento, contornam a primeira marca e, depois, seguem a favor do vento, ou a sotavento.

  PRÉ-LARGADA (PRE-START)

Aos três minutos da largada, os barcos vêm navegando acima e de fora da linha de partida e por extremidades opostas, é o início da “pré-largada” (pre-start). As equipes dão voltas para ver de que lado entram, já que o barco que entra pela direita tem a vantagem, com direito de passagem.

Como os AC75 são muito rápidos, o barco que vem pelo lado esquerdo, ou bombordo, entra 10 segundos antes do oponente. Isso ajuda a reduzir o risco de colisão.

LARGADA

Cada barco faz a cronometragem para cortar a linha de largada exatamente na hora. Se chegar antes, isso é “OCS”, on-course side (no lado do percurso): o competidor se precipitou. Os árbitros emitirão uma penalidade de largada imediatamente e, antes de começar a correr novamente, o barco terá de diminuir a velocidade para ficar atrás de seu oponente.

REGATA

Com a disputa em andamento, os barcos seguem contra o vento, com limites em ambos os lados do percurso, quem sair dali será penalizado.

Uma vez no topo do percurso, é hora de decisão sobre qual o caminho ao redor do “portão superior” (duas marcas separadas, o barco tem de contornar uma delas por dentro e voltar a favor do vento, para o “portão inferior”, completando a primeira “volta”. Uma vez lá, repete-se o procedimento, antes de voltar contra o vento.

O diretor de regata determina o número de voltas com base no vento existente. Na volta final, a favor do vento, a única diferença é que, em vez de uma porta a favor do vento, os barcos cruzam a linha de partida/chegada para completar a regata.

REGRAS

Penalty

Se um barco quebrar a regra, seu oponente irá protestar, e se os árbitros concordarem, ele será penalizado. Na Copa América, isso significa “pisar no freio”. O barco terá de se afastar, até que esteja 50 metros atrás de seu concorrente, e esperar que os árbitros lhe digam que pode seguir, reiniciando a disputa.

 Em amuras opostas (bombordo/boreste)

A regra principal a saber é o que fazer quando os barcos estão em rota de colisão. Por exemplo, com os barcos se aproximando com amuras opostas. Se mantiverem seu curso, irão colidir. Quem tem prioridade? A resposta é: o barco que tem o vento vindo do lado direito — tornando-o o barco de boreste. O que tem o vento vindo do lado esquerdo torna-se o barco de bombordo. O barco de boreste tem tem direitos sobre o de bombordo.

Mesmas amuras (em compromisso e sem compromisso)

Outra regra importante é quando os barcos estão indo na mesma direção, mas não estão em compromisso. Nesse caso, o barco de trás deve se manter afastado do barco da frente.

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No entanto, estar na frente nem sempre significa estar liderando. Se o barco de trás cruzar a popa do barco da frente com a proa, agora terá o direito de passagem. Chamam isso de “compromisso”. Quando isso acontece, o barco de trás tem todo o poder, e o da frente tem que sair do caminho.

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A regra de compromisso pode dar uma grande vantagem a uma equipe, especialmente na contagem regressiva para a largada. Na imagem acima, o barco amarelo conseguiu fazer com que sua proa se sobrepusesse à popa do azul, é um movimento muito agressivo. Isso significa que ele pode forçar o azul para longe da linha de partida, colocando-se no controle total.

Contorno das marcas (boias)

Esta regra se aplica quando os barcos entram em um círculo imaginário a 70 metros da marca. Os dois barcos têm de contornar as marcas no topo e no fundo do percurso. Quando os barcos escolhem marcas opostas, a velejada é normal, mas fica um pouco mais complicado quando estão lado a lado e escolhem a mesma marca. Veja no vídeo: neste caso, o barco azul é o líder, o amarelo está um pouco atrás, não há sobreposição, então não há problema real. O azul tem o direito de passagem e o amarelo deve permitir que o azul contorne a marca sem obstruções. Mas vamos voltar e imaginar que a competição estava bem mais perto, e o amarelo tem sua proa na popa do azul. Nesse caso, o amarelo tem controle e o azul nada pode fazer a não ser dar o direito de passagem e deixá-lo contornar a marca.

Programação da Copa Prada para este fim de semana

Com a ausência do New York Yacht Club American Magic nas rodadas 3 e 4 da Prada Cup neste fim de semana, após a avaria sofrida na capotagem durante a segunda round robin, o cronograma de regatas foi revisado e ficou assim:

Sábado, 23 de janeiro:
Luna Rossa Prada Pirelli x Ineos Team UK

Domingo, 24 de janeiro:
Ineos Team UK x Luna Rossa Prada Pirelli

Luna Rossa Prada Pirelli Team e Ineos Team UK vão para a raia no sábado para um match point. Com quatro vitórias em quatro regatas, a equipe inglesa capitaneada por Ben Ainslie garante sua vaga na final da Copa Prada em caso de mais uma vitória. Já se os italianos ganharem no sábado, ambas as equipes se enfrentarão novamente no domingo. Em reconhecimento por ser o mais bem classificado nas round robins da Prada Cup, o vencedor receberá o troféu Christmas Race, que não foi concedido na data prevista, em dezembro passado, porque as regatas foram canceladas devido à falta de vento.