Brasil na Globe 40

O barco Brasil participará da corrida de volta ao mundo Globe 40 em 2025/26. Foto: Divulgação On Board Sports

Brasucas

ao redor do mundo

Por Roberto Negraes

Dupla brasileira disputará uma das mais importantes regatas de 2025-26

Disputada por barcos da classe 40, a Globe 40, uma das mais conceituadas regatas de circum-navegação da atualidade, terá em sua segunda edição a participação do veleiro Brasil exibindo as cores nacionais. A bordo, José Guilherme Caldas no posto de comandante e Luiz Bolina, tripulante. Será a segunda vez que a nossa bandeira estará presente num barco competindo uma corrida de volta ao mundo —a primeira aconteceu há 20 anos, na Volvo Ocean Race, com o veleiro Brasil 1, comandado por Torben Grael.

Realizada em ritmo acelerado para as características dos barcos, a Globe 40 terá doze etapas (incluindo as regatas inshore, nos portos) ao longo de oito meses, a partir de setembro de 2025, com a participação de velejadores profissionais quanto por amadores experientes. Observação: a versão virtual da Globe 40 acontece antes, com a warm up (aquecimento) a partir do dia 31 de agosto, e terminará em 2025, seguindo a programação da regata real, que será em 2025/26.

Percurso provisório da competição, que terá 12 etapas, contando as regartas nos portos de escala

Os barcos Classe 40

O Classe 40 é um monocasco criado em 2004 como barco de competição oceânico intermediário entre o Mini 650 (6,50 m) e o Imoca, de 60 pés (18,24 m). Hoje, mais de 170 barcos da classe já foram lançados ao mar, desenhados por projetistas e velejadores internacionais de diversas origens e até de outros esportes. A primeira edição da Globe 40 foi concluída em 2023 e teve percurso de 30.000 milhas, com escala no Brasil, que, aliás, se repetirá agora.

Cada barco será tripulado, obrigatoriamente, por uma dupla de velejadores. Os organizadores da Globe 40 (da empresa francesa Sirius Events) dizem que por terem custo muito menor que as demais categorias de regatas de volta ao mundo, os classe 40 tornam-se atrativos até mesmo para competidores sem patrocínio, ao contrário, por exemplo, de uma Vendée Globe (classe Imoca), que exige recursos milionários em euros.

Nos barcos Classe 40, não são admitidos muitos itens presentes nos modernos veleiros de competição, como foils e materias como carbono e kevlar; em compensação, o custo é bem menor

''Acompanhei a primeira edição da Globe 40 e parecia uma regata feita para mim! Já atravessei 21 vezes o oceano Atlântico e velejei pelo Pacifico, mas o sonho de dar a Volta ao Mundo somente agora está prestes a se realizar. Com 65 anos de idade, será um bom encerramento da minha carreira como velejador transoceânico em duplas'', declara José Guilherme Caldas, que é médico. Natural de Angola e brasileiro naturalizado, ele já disputou duas Cape2Rio (regata da Cidade do Cabo ao Rio de Janeiro), e com vitória em uma delas. Seu parceiro Luiz Bolina, profissional dedicado a charters e transporte de barcos, é professor de wingfoil em Ilhabela (SP) e tem sido tripulante de barcos de diferentes países em regatas internacionais.

José Guilherme Caldas e Luiz Bolina, a dupla que navegará com o veleiro Brasil, na volta ao mundo Globe 40. Foto: Divulgação On Board Sports

O coordenador do projeto brasileiro é Flavio Perez, que explica que “a intenção é promover o Brasil durante as escalas da Globe 40 ao redor do mundo”, que incluem uma parada em Recife.

A Globe 40 tem o apoio da Federação Francesa de Vela (FFV) e é reconhecida pela World Sailing (WS). No site da organização, barco Brasil já está confirmado na edição de 2024/25.

Barcos e tripulantes inscritos até agosto de 2024 (por enquanto, nove veleiros; mais barcos estão estudando a participação):

Roberto Negraes