Felipe Hutzler
Um grande
futuro
Por Roberto Negraes - Fotos: Arquivo Pessoal
Velejador, autor de livros, campeão em diversas áreas, e ele tem só 11 anos!
Dizem que toda grande aventura começa com um pequeno passo. Mas no caso do menino Felipe Hutzler, seu entusiasmo e determinação configuraram logo um grande passo. Como tripulante do catamarã Aventureiro 4, de propriedade de seus pais, Tereza Karina e Hans Hutzler, aproveitou sua viagem na travessia inaugural do veleiro da família, desde a Europa, para se lançar como um dos mais jovens escritores náuticos do mundo. E garante: no futuro, “vou superar meu pai, vou ser um grande velejador!”.
Seu primeiro livro, escrito e ilustrado com desenhos de seu próprio punho, Velejando de Cueca, foi um grande sucesso. E o mesmo está já está acontecendo com sua segunda obra, Velejando de Cueca 2, publicado recentemente, aos onze anos de idade. Pelo jeito, Felipe está apenas iniciando uma série, pois está trabalhando assiduamente em seu terceiro livro.
Provavelmente o casal Tereza Karina e Hans, velejadores bem conhecidos e queridos da vela brasileira, ao realizarem seu grande sonho trazendo com a família e amigos o Aventureiro 4, um Outremer 51, desde o estaleiro no sul da França até Recife, onde residem (saiba mais aqui), jamais imaginaram que a iniciativa seria o primeiro grande passo de seu filho mais novo.
Então, nada como realizarmos uma entrevista com o surpreendente Felipe Hutzler, que você confere abaixo.
Como surgiu a ideia de escrever o Velejando de Cueca?
Eu sonho em ter uma empresa aérea quando crescer, e assim resolvi contar num livro a viagem de travessia do Atlântico, vindo da França para o Brasil, para juntar dinheiro para um dia comprar o primeiro avião da minha Felipe Airlines.
A ideia do livro surgiu antes, durante ou depois da travessia do Atlântico com o Aventureiro 4?
A ideia surgiu antes da viagem da França para o Brasil, em 2020.
Foi difícil escrevê-lo ou foi divertido?
Foi divertido! A gente fica lembrando das coisas que aconteceram e dá muita risada. Tem ótimas histórias da viagem no meu livro.
Quais o momentos mais divertidos durante a travessia?
A ida para o vulcão Teide, nas Ilhas Canárias. É muito alto, com quase 4 mil metros de altura, mas meu pai quis fazer correndo feito louco porque tinha hora marcada e estávamos atrasados por conta da parada para o almoço num restaurante famoso, o Los Gomez. Ah, também na travessia da linha do equador foi bem divertido.
Como você se sentiu quando viu o livro pronto?
Fiquei muiito feliz! Nem acreditava! Foram dois anos de trabalho para terminá-lo.
Onde ou como posso adquirir um livro?
Agora tenho um e-commerce no site www.velejandodecueca.com.br. (Seus pais acrescentam: E tem também, no momento, livros à venda em Porto Alegre, na loja Equinautic; em Ilhabela, no Ponto das Letras; no Rio de Janeiro, na loja OceanBlue; no Recife, na Livraria Ideia Fixa; em João Pessoa, na Livraria do Luiz; e no Museu dos Tubarões, em Fernando de Noronha; além do site da Livraria da Vila. Estamos trabalhando para ampliar esses pontos de venda.)
Felipe, como é ter um pai que é um dos melhores velejadores brasileiros?
É muito bom porque ele me ensina muita coisa.
Quer superá-lo um dia?
Sim, obviamente!!!!
Conte um pouco das suas conquistas em campeonatos de vela e também em informática — descobri no seu Facebook que você ganhou medalha de prata nas Olimpíadas de informática!
Eu adoro fazer olimpíadas de conhecimento. Faço desde 2021! Já tenho mais de 10 medalhas nas seguintes: Olimpíada Brasileira de Astronomia, Olimpíada Canguru de Matemática, Olimpíada Matematique sans Frontiers, Olimpíada Brasileira de Informática. Pode ser que neste ano ganhe mais medalhas, porque alguns resultados ainda não saíram.
Nos campeonatos de vela, participei de alguns eventos na classe Optimist em 2022 e 2023. Mas na classe Oceano sou tripulante desde pequenininho e já fui Campeão Brasileiro de Mocra (rating para multicascos), ganhamos muitas regatas em Pernambuco e na Bahia e vencemos a Semana de Vela de Ilhabela de 2022 chegando em primeiro em todas as regatas. Disputei este ano minha oitava Refeno. Acumulo umas 25 mil milhas navegadas.
Com onze anos de idade (completados no último 6 de agosto), 25 mil milhas navegadas? Parabéns, Felipe, isso não é para qualquer um! E o que gosta mais? Vela ou olimpíadas de conhecimento?
Gosto mais de velejar.
Se tiver mais alguma coisa para contar, fique à vontade...
Eu já lancei dois livros. O primeiro é o Velejando de Cueca – Travessia do Atlântico, que conta a viagem da França para o Brasil, em 2020, em que trouxemos nosso barco do estaleiro pra nosso país. E o segundo livro, lançado em setembro, é o Velejando de Cueca 2 – Vesti um casaco e fui pro Sul. Este último livro conta a viagem dos Hutzler para os estados do Sul do Brasil, onde visitamos muitos lugares, participamos de regatas e fizemos novos amigos. Um bom tema para o livro. Para encerrar a trilogia Velejando de Cueca, ainda vou lançar um livro contando a ida para a África do Sul e a participação na regata Cape2Rio, de janeiro de 2023.