Ondas de luz

A bioluminescência colore as águas de azul neon durante uma tempestade elétrica em Jervis Bay, Austrália. Foto: Trevor McKinnon - Unsplash

A bioluminescência colore as águas de azul neon durante uma tempestade elétrica em Jervis Bay, Austrália. Foto: Trevor McKinnon - Unsplash

Luz viva

no oceano

Sabe o que são as ondas luminosas que inundaram com imagens a internet desde meados de abril? Continue lendo para entender

Um fenômeno fascinante ganhou destaque na internet desde meados de abril: ondas luminosas banhando as praias da Califórnia, nos Estados Unidos. Quem nunca viu algo parecido, chega a pensar se não será um efeito artificial, intencional ou não, aplicado nas imagens. Não, as fotos e vídeos que têm encantado as pessoas mundo afora são mesmo reais.

Essas ondas brilhantes, que estão ocorrendo ao longo da costa da Califórnia, são causadas por uma maré vermelha, que, por sua vez, acontece quando há proliferação anormal de algas, geralmente encontradas em grandes profundidades e que, com mudanças nas condições da água, como salinidade, temperatura e poluição, sobem para a superfície.

Segundo o Scripps Institute of Oceanography, da Universidade da Califórnia, as marés vermelhas são devidas a agregações de dinoflagelados, incluindo Ceratium falcatiforme e Lingulodinium polyedra, sendo este, bem conhecido por suas exibições bioluminescentes, levando o fitoplâncton a brilhar em azul neon à noite. Durante o dia, a água parece ter um tom avermelhado, daí o termo “maré vermelha”.

E o que é a bioluminescência, ou luz viva, que em terra firme faz brilhar, por exemplo, os vaga-lumes? O Scripps Institute (saiba mais aqui) também explica: “No mar profundo, onde a luz solar está ausente, mais de 90% dos animais são luminescentes. A bioluminescência serve várias funções importantes, incluindo atração de presas, iluminação de presas, atração de parceiros e prevenção de predadores. A emissão de luz é produzida como resultado da oxidação de uma molécula de substrato, luciferina, em uma reação catalisada por uma proteína, luciferase. Existem dezenas de famílias bioquímicas únicas de luciferinas e luciferases, mas apenas algumas foram caracterizadas”.