Vendée Globe Real e Virtual - 8 Dias na Virtual
Velejando nos Alísios
Canárias ficaram para trás
Por Roberto Negraes
Depois da complicada primeira semana, estamos nos alísios
Para os veleiros reais, navegar nos ventos alísios é um sonho. Contudo, no modelo virtual, é simplesmente… chato. Quase não se faz nada. Deixa-se o barco navegando num rumo ou TWA fixos, e nada mais. Normalmente, ninguém passa por ninguém, mas nesta Vendée Globe, com tantos novatos, é chegado o momento da primeira filtragem na flotilha, com mais de 700 mil competidores. Se fossem barcos reais, creio que estaríamos todos presos num grande engarrafamento!
Ao contrário da regata real, na qual todos os participantes vêm navegando a oeste das Ilhas Canárias, os atuais líderes da virtual aparecem "colados" na costa africana, e com eles, milhares e milhares de participantes seguem esta rota altamente improvável. Como já escrevi antes, somente na passagem pelo Cabo da Boa Esperança teremos uma classificação digna de atenção. Antes disso, qualquer ranking está muito mais para sonho do que para realidade.
O MinutoNautico, por enquanto, aparece no 185º lugar no ranking brasileiro (de um total de 1.046 barcos), e em 146.960º no ranking geral da Vendée Globe 2020-21. Vamos ver como iremos nos sair até entrarmos no Oceano Índico. Estou otimista, creio que até lá estejamos entre os dez mil primeiros colocados.
Descartando o grupo de "líderes" (no qual não aparece um único velejador profissional ou amador experiente), que está navegando a leste das Ilhas Canárias, temos um segundo grupo a oeste, onde chama a atenção a presença das maiores feras profissionais da vela real, como Armel L'Cléac'h (vencedor da Vendée Globe real em 2016-17), Loïck Peyron (veterano de três Vendée Globe) e François Gabart (vencedor da Vendée Globe de 2012-13), entre outros. Além deles, ali está o LuxairFrance-BSP, primeiro colocado no ranking geral do site Virtual Regatta.
E finalmente temos outro grupo, ainda mais a oeste, do qual faz parte o MinutoNautico. Nele estão vários dos grandes nomes das regatas virtuais, como o Tipapacheri-BSP e o Buddha, respectivamente segundo e terceiro colocados no ranking geral da Virtual Regatta. Um dos velejadores profissionais que fazem parte do grupo é o francês Quentin Vlamynck.
Pelas projeções de roteadores, este grupo onde estou posicionado estará à frente em cinco horas quando chegar perto da ilha brasileira de Fernando de Noronha. Mas… as condições de vento mudam, e nada garante isso. Vamos aguardar os acontecimentos. De qualquer jeito, o ranking, até chegarmos ao Cabo da Boa Esperança, sempre será uma ilusão para o pessoal que, com certeza, insistirá em fazer um rumo direto para a África do Sul, ignorando a presença do Anticiclone do Atlântico Sul (ou Anticiclone de Santa Helena), localizado a oeste do continente africano e sul do Golfo da Guiné (o centro de alta pressão varia de posição, mas permanece sempre presente nesta região do Atlântico Sul).
Por enquanto, apresento os primeiros colocados na classificação geral da Vendée Globe virtual, e os primeiros colocados entre os brasileiros: