Vendée Globe Real e Virtual - 26-12-2020

Natal e confraternização entre skippers,

mas os IMOCA não querem saber de festas!

Estes dias podem ser de amor e confraternização entre as pessoas, mas com certeza não entre os veleiros Imoca na disputa da Vendée Globe. Sete barcos brigam pela liderança

Hoje, ocorreram duas trocas importantes de posições: Yannick Bestaven (Maître Coq) voltou à liderança, mas Charlie Dalin (Apivia) está ali bem perto, à espreita; e o incrível Jean Le Cam (Yes We Cam), em seu velho barco sem hidrofólios, ultrapassou Boris Herrmann (Seaexplorer – Yacht Club de Monaco) e ocupa o terceiro lugar! Sem pudor, Jean passou ao lado do alemão (que esportivamente fotografou a ultrapassagem). Não podemos esquecer que Le Cam tem um handicap de 10 horas pelo salvamento de Escoffier.

Assim, são sete os barcos que integram a vanguarda de Vendée Globe, num momento como nunca se viu antes, e não muito distantes do Cabo Horn. Tradicionalmente, nesta altura da regata de volta ao mundo, alguém já teria aberto grande vantagem; ou no máximo dois veleiros estariam disputando a liderança. Entretanto, nesta nona edição da Vendée Globe, tudo ainda pode acontecer. Isso porque os veleiros estão presos como moscas numa teia de aranha — e quem teceu a armadilha foi um sistema de alta pressão persistente e sem pressa, sempre acompanhando os barcos para leste, com a sabedoria da aranha cansando as presas. Parece incrível, mas hoje sete barcos estavam numa área de 50 x 70 milhas, alguns no visual de outros.

Mas as maravilhas desta Vendée Globe não param por aí. Jérémie Beyou (Charal) renasce na regata e vem tomando posições como um malvado sem escrúpulos tira doces de crianças. Hoje, deixou para trás Didac Costa (One Planet One Ocean) e Stéphane Le Diraison (Time for Oceans), assumindo o 18º lugar. E outro para o qual já chamei a atenção, Armel Tripon (e seu inseparável ursinho) chegou e não tomou conhecimento de Romain Attanasio (Pure – Best Western), ganhando o 13º lugar. Lembrando, Charal e L’Occitane foram seriamente danificados no início da regata e, se não abandonaram a Vendée Globe, recomeçaram a milhares de milhas dos demais.

Outro atrasado em recuperação, depois de parar numa ilha para efetuar reparos, Louis Burton (Bureau Vallée 2) já recuperou 250 milhas da diferença para o pelotão dianteiro, em apenas quatro dias. E está em 11º lugar. Finalmente, temos Isabelle Joschke (Mascif), ganhando também posições — está em 6º lugar.

Nas fotos abaixo, temos, da esquerda para a direita, Pip Hare (Medallia), muito elogiada nos últimos dias pela imprensa francesa; Armel Tripon e seu ursinho, que vem ultrapassando meio mundo; Jérémie Beyou, também com pressa e já em 18º lugar; e Damién Seguin. outro com companhia a bordo…