Vendée Globe Real e Virtual - 14-12-2020
Cabo Leeuwin, Austrália
Mais um marco superado
Nove veleiros já cruzaram, até o momento, o Cabo Leeuwin, extremo sul da Austrália, o segundo dos “três grandes cabos”, que marcam os maiores desafios da regata
Os líderes da Vendée Globe, Charlie Dalin, Thomas Ruyant e Yannick Bestaven estão acelerando forte graças a um sistema de baixa pressão, desenvolvendo boa velocidade nas últimas horas. Com isso, abriram uma boa vantagem de 200 milhas para o grupo de nove veleiros que os seguem. O primeiro colocado, Charlie Dalin (Apivia), está fazendo o possível para conter um motivado Thomas Ruyant (Linked Out), que, por sua vez, procura conseguir velocidade do seu Imoca mesmo sem o hidrofólio de bombordo. Yannick Bestaven (Maître Coq), próximo de Ruyant, continua imprimindo um ritmo excelente e pressionando os dois à sua frente.
Já são nove os barcos que cruzaram a longitude do Cabo Leeuwin, no extremo sul da Austrália, entre eles Benjamin Dutreux (Omia Water Family), em sua primeira participação da Vendée Globe: “É fantástico, estou muito feliz por ter passado pela longitude do Cabo Leeuwin e estar bem posicionado”.
Interessante notar que Benjamin Dutreux está indo bem com um orçamento modesto e um barco de 2007. Ele, mais Jean Le Cam (Yes We Cam) e Damien Seguin (Groupe Apicil) estão a apenas 20 milhas uns dos outros depois de 36 dias de regata.
Para Thomas Ruyant, é mais que satisfatório estar conseguindo manter velocidade mesmo com seu Linked Out sem o hidrofólio de bombordo: “Eu encontrei soluções para lidar com a falta do hidrofólio depois de fazer um bocado de experiências com o lastro, e estou dando o melhor conforme as condições de ventos encontradas. Depois de ter sofrido com minha quota de problemas, estou feliz por estar nos mares do Sul”.
Por sua vez, Jérémie Beyou (Charal) vem ultrapassando os últimos colocados e está animado depois de ter deixado o Cabo da Boa Esperança para trás. Já Armel Tripon (L’Occitane en Provence) continua com seu bom desempenho dos últimos dias, aproximando-se pouco a pouco do grupo dianteiro.
Na Cidade do Cabo, mais um veleiro encontra refúgio depois de abandonar a Vendée Globe: é o Newrest Art & Fenêtres, de Fabrice Amedeo, com o computador inutilizado. Em minha opinião, é impressionante como, com o atual nível de sofisticação tecnológica, a perda do computador de bordo possa acarretar a desistência de um participante da Vendée Globe. Será que ninguém leva um sextante a bordo?