Vendée Globe Real e Virtual - 12-12-2020

Yannick Bestaven (Maître Coq), em grande desempenho, aproxima-se da dupla líder e ainda tem tempo para fotografar um arco-íris

Liderança ameaçada

“meus problemas técnicos são ventos fracos'‘…

… explicou hoje Charlie Dalin (Apivia), confrontado com uma realidade em que sua grande vantagem de dias atrás deixou de existir. Vários barcos se aproximam rapidamente do atual líder

Quem olhou o Track Map da Vendée Globe há alguns dias e entrou hoje nessa mesma página, com certeza ficou surpreso. Como as coisas mudaram! Para começar, o líder Charlie Dalin (Apivia), que tinha mais de 250 milhas de vantagem sobre o segundo colocado, aparece agora embolado com Thomas Ruyant (Linked Out) e Yannick Bestaven (Maître Coq), respectivamente em segundo e terceiro lugares, A vantagem do Apivia encurtou para apenas 40 milhas sobre o Linked Out, enquanto Maître Coq está a 100 milhas.

Outros barcos estão igualmente se aproximando. Por exemplo, logo depois do trio, a 140 milhas do Apivia, surge o incansável Jean Le Cam (Yes We Cam), também diminuindo bastante a distância para o líder. E logo em seguida surgem outros... Enfim, parece que vai ser muito difícil Charlie Dalin segurar o bloco maciço de perseguidores!

De outro lado, lamentavelmente, Louis Burton (Bureau Vallée 2), que vinha fazendo uma excelente regata, chegando a estar em 2º lugar há três dias, foi ficando lento e atrasado. Hoje, ele anunciou que está sofrendo com uma soma de quebras em seu barco, o que inclui problemas na vela grande e no piloto automático (lembrando que o Newrest – Arts & Fenêtres abandonou, ontem, por este motivo).

Jérémie Beyou (Charal) comemora sua passagem, hoje, pelo Cabo da Boa Esperança

As emoções atuais não se restringem ao grupo que disputa a liderança da Vendée Globe. Hoje, Jérémie Beyou (Charal), o grande favorito inicial da Vendée Globe, que teve de retornar ao porto de Les Sables d’Olonne poucos dias depois da largada, numa reação surpreendente já passou o Cabo da Boa Esperança (e, antes disso, o barco Stark, do finlandês Ari Huusela, que se tornou assim no último competidor a cruzar o extremo sul da África).

Também Armel Tripon (L’Occitane en Provence), que também sofreu problemas no início da Vendée Globe, está avançando muito nos últimos dias, aproximando-se aos poucos do grupo líder.

Pelo visto, teremos ainda muitas emoções nesta regata, e nada está definido. O Cabo Leeuwin está ficando próximo, e será interessante ver como estarão os participantes depois de superarem o segundo dos grandes cabos.

A “macarronada” no piso do cocktip do L’Occitane en Provence demonstra a disposição de Armel Tripon em se juntar ao grupo líder