Vendée Globe Real e Virtual - 13-11-2020
Thomson lidera
E Tempestade tropical Theta preocupa
A tempestade tropical Theta está hoje no caminho dos 33 da Vendée Globe 2020-21. O inglês Alex Thomson (Hugo Boss), que assumiu ontem a liderança, é o primeiro também a desafiá-la. E está abrindo vantagem
A noite passada rendeu para Alex Thomson, navegando ao sul dos Açores. O capitão britânico abriu quase 40 milhas à frente dos mais próximos perseguidores. Seus mais diretos rivais no momento (Jean Le Cam e Nicolas Troussel) procuram acompanhá-lo, os três dentro da grande área marítima afetada pela tempestade, com ventos chegando a 50 nós e rajadas até 60 nós. Um desafio e tanto!
É impressionante a determinação do francês Jean Le Cam (Yes We Cam), qualidade no nível de sua capacidade estratégica. Com um veleiro construído em 2007, portanto até duas gerações anteriores à dos mais equipados da flotilha, mantém a segunda colocação contra todos os prognósticos, e segue, sem desviar seu rumo da tormenta que está assustando muitos. Como a jovem estreante Clarisse Cremer (Banque Populaire X), que confessa: "Basicamente entendo, receio; o que estou dizendo é que estou me assustando um pouco quanto à melhor abordagem para a depressão (a tempestade tropical Theta), e venho pensando há algum tempo sobre a estratégia a ser adotada. Nunca tive danos graves antes, mas já tive minha cota de pequenos dramas, sim, e algumas coisas estão irritando e consumindo energia, especialmente no nível de estresse. Sinto que cada nova rajada de vento ameaça a saúde do meu barco (…) amigos e meteorologistas experientes, vocês podem ler nas entrelinhas de minha mensagem (…) o topo da minha agenda agora é: não se foda!"
No limite da tempestade Theta, esta manhã, Charlie Dalin (Apivia) navegou para oeste por volta das 3:00 h, optando por rumar para o que seria considerado mais seguro. Sua rota o levou a mais de 90 milhas a oeste de Thomson e Le Cam.
A redução da área vélica, passando para velas menores, ou colocando rizes, está na agenda de todos para a próxima hora, pois os ventos aumentarão significativamente à medida que se aproximam do centro da tempestade. Alguns provavelmente irão dar um gybe, evitando condições de alto risco. Tanto Nicolas Troussel (CORUM L'Epargne) quanto o sexto colocado, Benjamin Dutreux (OMIA-Water Family), confirmaram seus planos de virar para oeste. Enquanto isso, será interessante acompanhar as rotas de Thomson e Le Cam; o inglês foi terceiro e segundo colocado nas duas últimas participações na Vendée Globe, enquanto o skipper francês, de 61 anos de idade, terminou em segundo lugar em 2004, capotou na Vendée de 2008 perto do Cabo Horn e ficou em quinto lugar em 2012. Uma briga de gente grande.
Enquanto os líderes se preparam para colocar equipamento pesado, o clima é diferente no meio e na parte de trás da flotilha. A nordeste e até os Açores, parte dos competidores atravessa uma área de vento mais leve. É provável, portanto, que as distâncias entre eles e os líderes se ampliem ao longo deste quinto dia no mar.
Fabrice Amédéo (Newrest - Art et Fenêtres), que deixou Les Sables d'Olonne na noite de 10 de novembro, após sua parada técnica, está próximo das falésias do norte da Espanha, navegando na tempestade que atingiu a flotilha anteriormente. E finalmente, na baía da Biscaia, Jérémie Beyou (Charal) continua sua viagem em direção às costas francesas em velocidade moderada. Ele deve chegar amanhã ao porto de Les Sables d'Olonne.
Na versão virtual da Vendée Globe, o grupo dianteiro já ultrapassou a tempestade e dividiu-se. O Minuto Nautico segue para sudoeste um pouco atrás dos front-runners