A festa final

Charlie Dalin, Yannick Bestaven e Louis Burton, os três primeiros da Véndée Globe 2020-21. Foto: Olivier Blanchet - Alea - VG 2020-21

Charlie Dalin, Yannick Bestaven e Louis Burton, os três primeiros da Véndée Globe 2020-21. Foto: Olivier Blanchet - Alea - VG 2020-21

Vendée Globe

Um feito para comemorar

Por Roberto Negraes

Na cerimônia oficial de premiação da 9ª Vendée Globe (2020-21) houve troféu até para quem não terminou a regata

No último dia 22 de maio, a organização da Vendée Globe realizou um evento homenageando e distribuindo troféus até mesmo para quem não conseguiu terminar a regata (por quebras e mesmo naufrágio). Com as restrições relativas à pandemia de covid-19, o público foi limitado, mas o encontro, extremamente agradável, com muita amizade e celebração entre todos os participantes. Se o distanciamento causado pela pandemia ainda causou limitações, houve muita alegria e risadas quando os navegadores se encontraram pela primeira vez desde o início do ano e puderam finalmente compartilhar as memórias pessoalmente.

Para esta cerimônia oficial de premiação e encerramento, estiveram presentes 31 dos 33 skippers que competiram na 9ª Vendée Globe (2020-21), reunidos em Les Sables d'Olonne. Apenas Boris Hermann (Seaexplorer - Yacht Club de Monaco) e Alex Thomson (Hugo Boss) não puderam comparecer. O grande momento foi a entrega do prêmio principal ao velejador Yannick Bestaven (Maître Coq) como o vencedor geral.

Para Bestaven, o dia começou em uma atmosfera que lembrava a entrega de um Oscar, com o campeão de 2020-2021 adicionando suas impressões às dos vencedores anteriores, como Armel Le Cléac'h (2016-2017), François Gabart (2012-2013), Michel Desjoyeaux (2000-01, 2008-09), Vincent Riou (2004-05), Christophe Auguin (1996-97), Alain Gautier (1992-93) e Titouan Lamazou (1989-90).

A premiação foi transmitida em no site vendeeglobe.org e nas redes sociais da regata. Entre os ralatos dos capitães, os destaques foram o de Jérémie Beyou (sobre sua perspectiva inicial de estar entre os vencedores e, diante da frustração dos seus planos, sua adaptação ao puro prazer de terminar sua volta ao mundo), Clément Giraud (sobre sua viagem como autodescoberta), e, em detalhes, o fantástico resgate de Kevin Escoffier. Mas o principal assunto, claro, foi a batalha épica entre os primeiros colocados prestes a cruzar a linha de chegada.

Yannick Bestaven revelou: “Vencer mudou muitas coisas, terminar a Vendée Globe já é uma vitória. A segunda vitória foi ter um patrocinador que confiou em mim e na minha equipe. E, ao longo da corrida, as ambições surgiram. Nunca me disse que tinha a vitória garantida, tantas reviravoltas! Só depois de cruzar a linha de chegada é que soube que havia vencido. Quero voltar para a água, mas na Vendée Globe? Não sei ainda, vamos ver”.

O segundo colocado, Charlie Dalin (Apivia), disse: "Este aqui é o último evento desta edição! Foi ótimo, hoje, poder olhar para trás, para o canal, o porto, a linha de chegada. Eu tinha passado apenas 20 dias no mar antes desta regata, e então descobri muitas coisas”.

Já Louis Burton, terceiro colocado (Bureau Vallée 2), comentou: "Certamente, a noção de superar a si mesmo é muito forte numa regata. Quando nos encontramos algumas semanas depois, todos têm uma grande história para contar”.

Durante o evento, a organização fez dois anúncios importantes: a 10ª edição partirá de Les Sables d'Olonne em 10 de novembro de 2024; e os velejadores terão a chance de se encontrar com os fãs de regata ainda neste ano, em um festival popular no dia 25 de setembro.