Mini Transat 2023 - Final
Quebrando a hegemonia
da França!
Por Roberto Negraes
Um italiano e um uruguaio vencem e derrubam o domínio francês na Mini Transat 2023
Desta vez, a hegemonia francesa na Mini Transat foi quebrada: vitória do italiano Luca Rosetti na classificação geral (classe Série), enquanto entre os sofisticados barcos Proto houve a vitória inédita de um navegador uruguaio, Federico Waksman, tanto na etapa La Palma – Guadalupe quanto na classificação geral. O segundo colocado na mesma etapa, o espanhol Carlos Manera Pascual, ficou igualmente com a segunda posição na classificação geral dos Proto.
Série
Tradicionalmente, os barcos da classe de Série são as grandes estrelas da Mini Transat, pois os Proto surgiram mais recentemente e desfrutam de ampla vantagem. E esta é a segunda vez que um italiano vence a Mini Transat (seu compatriota Ambrogio Beccaria também conseguiu o feito na edição de 2019). A vitória de Rosetti deveu-se à tática adotada nesta segunda e última etapa, de La Palma (Ilhas Canárias) para Guadalupe (no Caribe), quando, escolhendo uma rota pelo norte, superou a desvantagem inicial de mais de 15 horas para o favorito e segundo colocado, o belga Michael Gendebien, somando uma vantagem de 60 milhas ao cruzar a linha de chegada, em Saint-François, na ilha de Guadalupe.
Em entrevista, Rosetti afirmou ter sido uma grande surpresa quando descobriu, já próximo de Guadalupe, que havia estabelecido uma vantagem quase inacreditável, pois até então imaginava não estar indo bem: “Eu sinceramente não entendi a situação, mas obviamente fiquei feliz com o resultado”. Assim, já são dois os italianos a dominarem a Mini Transat, e estão se tornando muito respeitados pelos franceses. Interessante notar que Ambrogio Beccara participa de regatas virtuais e também venceu numa das categorias da Transat virtual em 2020.
Proto
Pela primeira vez um sul-americano vence a Mini Transat, e na classe Proto. Um festivo e feliz uruguaio, Federico Waksman, comemorou muito a vitória na segunda etapa (com 80 quilômetros de vantagem para o segundo colocado), dizendo que “A Mini Transat não é apenas uma corrida contra os demais, é acima de tudo um teste duro para cada um de nós. É preciso realmente administrar muito as reservas de energia para conseguir chegar até o fim”.
O vice, Carlos Manera Pascual, reconheceu: “na verdade, se a primeira fase se revelou exigente, a segunda exigiu um empenho total. Fora do comum. E por uma boa razão, ocorreu principalmente em condições sustentadas, colocando assim uma pressão sobre os navegadores e suas máquinas”.
Os últimos participantes da La Boulangère Mini Transat chegaram ao porto de Saint- François no dia 17 de novembro, encerrando assim a travessia do Atlântico dos veleiros classe Mini 6.50, tanto da classe Série quanto os da classe Proto (estes, embora de design idêntico aos de série, utilizam recursos e materiais avançados, assim recebem classificação separada, como protótipos).
Classificação geral da classe Série
1. Luca Rosetti (Itália)
2. Bruno Lemunier (França)
3. Grégoire Hue (França)
Classificação geral da classe Proto
1. Federico Waksman (Uruguai)
2. Carlos Manera Pascual (Espanha)
3. Julien Letissier (França)
Classificação na etapa La Palma–Guadalupe
Série
1. Luca Rosetti (Itália)
2. Hugues de Premare (França)
3. Léo Bothorel (França)
Proto
1. Federico Waksman (Uruguai)
2. Carlos Manera Pascual (Espanha)
3. Marie Gendron (França)