Copa Prada - American Magic

Patriot

O pássaro ferido

Chegada do Patriot ao galpão da equipe American Magic após o acidente.. Foto: ©COR36 / Studio Borlenghi

Chegada do Patriot ao galpão da equipe American Magic após o acidente.. Foto: ©COR36 / Studio Borlenghi

Terry Hutchinson, skipper e diretor-executivo da American Magic, fala sobre o futuro do barco da equipe após acidente na Copa Prada

   A virada do veleiro Patriot durante uma manobra em que o barco foi nocauteado por uma forte rajada de vento feriu não apenas a confiança e o orgulho da sua equipe, a New York Yacht Club American Magic. Antes do acidente, o AC 75 americano liderava em torno da marca final da terceira regata da round robin 2 da Copa Prada, contra a equipe italiana Luna Rossa Prada Pirelli.

  Apesar de o barco ter saltado no ar, a tripulação nada sofreu. O veleiro, porém, ficou danificado e exigiu estabilizadores para se manter à tona e ser rebocado de volta à costa, onde revelou um furo importante no fundo do casco ao ser içado.

  Com as imagens das regatas — da raia e a bordo de cada barco na disputa, de onde também se ouvem os diálogos entre seus tripulantes — sendo transmitidas para o mundo em tempo real, por meio da tv, Youtube e Facebook, não demorou para surgirem críticas ao que pareceu uma falha da tripulação.

  O timoneiro Dean Barker tentou, sem sucesso, arribar o barco (afastar a proa do vento), uma manobra difícil para os AC 75 e arriscada nas condições daquele momento, em que o Patriot vinha em velocidade — o velocímetro do barco marcava 34 nós na passagem da boia e logo depois subiu para 45 nós, ou 83 km/h, conforme observou o articulista Duncan Johnstone, do site de notícias neozelandês Stuff. Uma forte rajada o atingiu sem que o estai volante tivesse liberado sua enorme vela-asa para a mudança de bordo.

  De acordo com Johnstone, o movimento pretendido pelo Patriot é dos mais complicados para os AC 75, a classe dos monocascos de alta potência com hidrofólios escolhida para esta edição das Copas Prada e América: “Efetivamente, (é) uma dupla mudança de bordo seguido por um gybe (ou jibe, virar em roda com o vento pela popa), e o efeito de estilingue produz um aumento instantâneo em velocidade”.

  Qualquer que seja a causa ou de quem seja a culpa, fato é que os americanos ficarão, ao menos momentaneamente, fora da disputa. A Copa Prada será retomada na próxima sexta-feira sem a presença da equipe American Magic, que, no entanto, espera voltar para a água a tempo de disputar as semifinais, no próximo dia 29 de janeiro.

  Leia, a seguir, o que disse Terry Hutchinson, skipper e diretor-executivo do New York Yacht Club American Magic, hoje, em entrevista coletiva para a imprensa, depois de uma longa noite para avaliar os danos e planejar a recuperação imediata do barco da equipe.  

Terry Hutchinson. Foto: ©COR36 / Studio Borlenghi

Terry Hutchinson. Foto: ©COR36 / Studio Borlenghi

“(...) penso que é preciso reconhecer o apoio realmente grande de todos os concorrentes e o que fizeram por nós, e que sem eles lá quando isso aconteceu, acho que estaríamos em um cenário muito diferente hoje, eu estava com o barco indo para o fundo.

(...) Acho que veremos o barco reconstruído nos próximos oito a dez dias, pode não sair bonito do galpão, mas vai sair para voltar a correr.

(...) Temos um cronograma realista e grande apoio da comunidade marítima e de construção de barcos de Auckland para nos ajudar. Temos um grande apoio de todas as equipes, todos ofereceram seus serviços para colocar o Patriot de volta na água (...) elas ofereceram suas instalações para reconstruirmos o Patriot (...) acho que a parte mais fácil, provavelmente, é reconstruí-lo; a parte mais difícil é fazer com que a eletrônica dentro funcione rapidamente”.

Emirates Team New Zealand auxilia a equipe American Magic após a desastrada manobra que culminou com a virada do barco americano, causando danos ao casco, eletrônicos e equipamentos. Foto: ©COR36 / Studio Borlenghi

Emirates Team New Zealand auxilia a equipe American Magic após a desastrada manobra que culminou com a virada do barco americano, causando danos ao casco, eletrônicos e equipamentos. Foto: ©COR36 / Studio Borlenghi