Alerta em Beirute
Marinha do Brasil
no Líbano
Explosão no porto da capital libanesa causa preocupação com fragata Independência, em missão no país
Não fosse a espantosa explosão ocorrida hoje (4.ago.2020) no porto de Beirute, capital do Líbano, poucos brasileiros saberiam da presença de um navio da Marinha do Brasil (MB) na região. Logo após as primeiras notícias sobre esse evento, que deixou milhares de feridos e dezenas de mortos, a MB emitiu uma nota à imprensa, informando que a embarcação estava fora da área do acidente. Horas depois, uma nota complementar informou: “(...) no momento da explosão ocorrida na cidade de Beirute, no Líbano, a Fragata Independência encontrava-se patrulhando a região conhecida como ‘Área de Operações Marítima’ da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil), a uma distância de aproximadamente 15 km do Porto de Beirute. Os militares a bordo do navio brasileiro não sofreram quaisquer danos físicos, bem como a fração do contingente brasileiro baseada na cidade de Naqoura, ao sul do país. A MB acompanha os desdobramentos da explosão e continua prestando todo o apoio aos militares brasileiros pertencentes à Força-Tarefa Marítima da Unifil”.
Única Força Naval de uma missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), a FTM-Unifil, que é composta por um estado-maior multinacional, seis navios (da Alemanha, Bangladesh, Brasil, Grécia, Indonésia e Turquia) e dois helicópteros (um deles a bordo da Independência), assiste, desde 2006, o governo do Líbano em operações de vigilância e interdição marítima para impedir a entrada de armamento não autorizado no território libanês.
A Independência partiu no dia 16 de março último de Natal (RN) com uma tripulação de 200 militares, para permanecer até dezembro como navio capitânia da FTM-Unifil. No meio das operações realizadas pela fragata brasileira no Líbano, houve uma que mereceu atenção especial: a doação, no dia 27 de maio, de cestas básicas a famílias brasileiras em dificuldades no país, que atravessa uma longa e profunda crise econômica e social, situação que ganhou destaque na cobertura da explosão no porto de Beirute.
Esta é a 17ª vez que o Brasil compõe a FTM-Unifil, para a qual já enviou 3,8 mil militares e seis navios, desde 2011, quando iniciou sua participação.